sábado, 16 de junho de 2012

Mudança climática ameaça potencial hidrelétrico brasileiro, diz cientista

A mudança climática pode representar uma ameaça ao desempenho das fontes renováveis de energia. Uma pesquisa de 2010 conduzida pela equipe de Roberto Schaeffer, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostra que o país pode perder 30% de sua produção de eletricidade até 2035, se as emissões globais de carbono mantiverem as atuais tendências de alta.

Com base nos dados disponíveis atualmente, o estudo projetou um cenário de mudança climática para os próximos anos. A pesquisa calculou o efeito que essas mudanças teriam sobre a geração de energia que usa o vento, o sol, a biomassa e, principalmente, a força dos rios, principal fonte do Brasil.

Na projeção, o sertão nordestino tende a se transformar em um deserto, a Amazônia perde espaço para o cerrado e as chuvas adquirem um novo ciclo em várias regiões do país.

“Esse novo padrão de chuva possível para o Brasil levaria a uma situação de escassez hídrica nos momentos mais secos”, explicou o pesquisador, que mostrou os resultados da pesquisa no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

A queda se daria principalmente em relação à energia “firme”, que é a capacidade mínima que uma usina tem, mesmo no pior período hidrológico.

A solução para o problema seria investir em outras formas de geração e interligar os sistemas, para garantir a distribuição de energia ao longo do ano. “Isso significaria, grosso modo, de agora até 2035, investimentos adicionais da ordem de US$ 50 bilhões só para preparar o sistema brasileiro para a mudança climática”, apontou Schaeffer.

A diversificação pode ser feita com outras fontes renováveis. O estudo também mostrou que, apesar de prejudicar as hidrelétricas, a mudança climática até favoreceria a geração eólica no Nordeste.

A produção de energia por fontes biológicas também seria afetada. A cana de açúcar teria uma produção superior à atual caso o planeta fosse “2 ou 3 graus” mais quente, segundo Schaeffer. Já a soja, muito utilizada nas usinas termoelétricas a biomassa, teria um desempenho pior.

Para a energia solar, o pesquisador não espera grandes alterações. “A mudança climática pode vir a afetar um pouco o padrão de nuvens, mas, dado que o potencial solar é tão grande, não é, eventualmente, alguma região mais nublada que vai inviabilizar a energia solar”, avaliou.

(Fonte: Tadeu Meniconi/ G1)

“Não gastem dinheiro com energia nuclear”


O uso da energia solar entrou em debate na tarde dessa sexta-feira (15) no pavilhão do Estado do Rio, no Parque dos Atletas, dentro da programação da Rio+20 . Eickeweber, diretor do Instituto Fraunhofer, de sistema de energia solar da Alemanha, falou a respeito do uso da energia atômica. “Não é uma energia sustentável. É uma energia cada vez mais cara e que os resíduos precisam ser isolados por até 10 mil anos.
Se eu pudesse dar um conselho ao Brasil, diria: não gastem dinheiro com plantas de energia nuclear”.

Eickeweber falou ainda que o tipo de energia domicialr no Brasil permite que se empregue mais o uso da energia solar. “Ar condicionado funciona muito bem com energia solar assim como geladeira. Na Alemanha cada vez mais se repensa esse tipo de produção energética focando no futuro ambiental sustentável”.

Weber foi bastante aplaudido pelo público presente.

(Fonte: Valmir Moratelli/ Portal iG)

domingo, 10 de junho de 2012

PARTICIPE e INOVE (Innovation Yourself)


CONVITE : Escrever um livro online que seja realizado pelo conhecimento de mais de uma pessoa.

A inovação começa com você e transforma a vida de todos. (Paula Marinho)

Vejam o exemplo de um livro no meu blog: http://innovationyourself.blogspot.com.br/

O livro Inovação, Empresas e Sociedade (temática principal) é a ideia de difundir que todos temos que agir pela sustentabilidade do planeta, do nosso país, do nosso estado, do no nosso município e da nossa cidade. A população mundial cada vez mais passa a viver nas áreas urbanas e estas serão o cenário dos grandes problemas ambientais enfrentados pela humanidade. Existem vários problemas que precisam ser levados em consideração. Como exemplo cito o dos transportes: se as pessoas adotarem a bicicleta como meio de transporte seja no Rio de Janeiro, São Paulo, ou outra cidade brasileira teremos que tornar viável a locomoção destas com suas bicicletas pela cidade. O fabricante de bicicleta(empresa) ganha com isso (vende mais bicicletas) e tem que estar envolvido na solução das medidas à serem adotadas. O poder público (políticas públicas) precisará construir ciclovias e estacionamentos. O morador das cidades precisa ser consultado também, pois estas são só algumas das possibilidades e soluções para o problema do transporte. Vamos fazer uma comunidade virtual de pessoas que queiram contribuir escrevendo um livro interdisciplinar e quem sabe até transdisciplinar de soluções para tornar a vida dos moradores das cidades mais agradável.
O Meio Ambiente é de responsabilidade de todos nós.
(vide artigo 225 Constituição Federal).

Por Paula Marinho
Advogada Ambiental

quinta-feira, 7 de junho de 2012

'Era da irresponsabilidade' coloca Amazônia em risco, diz GEO-5



Fonte:Terra.com
ANDRÉ NADDEO
Direto do Rio de Janeiro

Da aclamada Eco-92 para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que começa na semana que vem (com as atividades paralelas, o encontro de chefes de Estado tem início no dia 20), no Rio de Janeiro, passaram-se 20 anos. E entre protocolos assinados e teses e mais teses para a discussão do aquecimento global, pouco foi feito de efetivo e a situação ambiental mundial beira o irreversível.
Esta é a principal constatação do quinto Panorama Ambiental Global (GEO-5), divulgado nesta quarta-feira, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente, em evento no Palácio Itamaraty, no centro do Rio de Janeiro.
"Este relatório diz que as coisas que falamos 20 anos atrás, chegaram à tona. Vivemos numa era de irresponsabilidade. Temos todas essas informações sobre o que está acontecendo com o nosso planeta e com as pessoas, mas ainda assim, acordamos de manhã e dizemos: 'nossa, que horrível', e seguimos o dia", apontou Achim Steiner, diretor-executivo e subsecretário geral da ONU.
A situação torna-se preocupante a partir do momento em que, das 90 principais metas estabelecidas em relação ao planeta nas últimas duas décadas, apenas em 4% do total houve avanço significativo. "Já chegamos a alguns pontos em que não poderemos mais implementar o futuro que desejamos", disse Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Quatro análises independentes apontadas pelo GEO-5 dizem que o período entre 2000 e 2009 foi o mais quente já registrado na história do planeta. A perspectiva, diante da informação, é que a emissão de gases de efeito estufa podem dobrar nos últimos 50 anos, aumentando a temperatura global em 3°C ou mais até o final do século.
O dado torna-se ainda mais alarmante se levarmos em conta a Floresta Amazônica. De acordo com a pesquisa global, o processo de "savanização" do maior conjunto de biodiversidade mundial está em pleno acontecimento e não resistiria a um desmatamento de 40% da sua área, ou então ao aumento da temperatura global em 4°C.
"Se queremos ter todos os recursos que ela reserva a longo prazo, não é suficiente apenas políticas públicas dos países amazônicos, é preciso algo global para que se diminua os riscos do aquecimento global. As ações têm que começar ontem, mas ainda estamos vivendo uma inércia", apontou Nobre.
"Pode-se zerar o desmatamento, que terá um efeito pequeno no aquecimento global. Portanto, para preservar este importantíssimo sistema biológico mundial, que tem impacto no clima da América do Sul, do planeta, e nos recursos de água doce é fundamental que haja o controle do aquecimento global, se não, o esforço brasileiro e de outros países terá sido em vão", completou Carlos Klink, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do ministério do Meio-Ambiente.
Outros dados
Se a eliminação da produção e uso de substâncias nocivas à camada de ozônio, a eliminação da utilização de chumbo em combustíveis, o uso crescente de fontes melhoradas e água, e, por fim, pesquisas para diminuir a poluição do ambiente tiveram avanço satisfatório, nos demais aspectos analisados pelo relatório constata-se uma inércia coletiva.
Os prejuízos causados pela poluição do ar, por exemplo, em termos de produtividade agrícola, foram estimados entre US$ 14 e US$ 26 bilhões. Sobre a biodiversidade global, 20% dos seres vertebrados estão ameaçados de extinção, sendo que os recifes de corais no mundo sofreram redução na ordem de 38%, até 2010.
Em relação à água, o GEO-5 fala em 600 milhões de pessoas no mundo que não terão acesso ao recurso natural mais importante do planeta, até 2015, enquanto que 2,5 bilhões de habitantes do planeta não terão saneamento básico. A qualidade da água nos principais sistemas fluviais ao redor do mundo também não atende ao padrão estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O profundo levantamento aponta ainda para o notório crescimento de desastres naturais oriundos das mudanças climáticas. As inundações aumentaram 230%, enquanto que as secas, 38%, entre os anos de 1980 e 2000. Se o nível do mar aumentar substancialmente, a adaptação das zonas costeiras custará aos cofres públicos mundiais a exorbitante quantia de US$ 89 bilhões até a década de 2040.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

RIO+20 EU SEI O FUTURO QUE QUERO E VOCÊ SABE?

http://www.onu.org.br/rio20/ban-ki-moon-lanca-votacao-online-em-busca-de-solucoes-para-a-rio20/

terça-feira, 5 de junho de 2012

Navios deixam cair mais de 600 contêineres no mar a cada ano


Fonte: Dennis Barbosa/ G1

Quando o mar está muito agitado ou quando empresas declaram peso menor que o real para os contêineres que estão despachando, acidentes podem acontecer e essas grandes caixas de aço, usadas para transporte em navios em todo o mundo, podem se soltar e cair no mar. 


De acordo com levantamento do World Shipping Council, grupo que congrega empresas de navegação que fazem mais de 90% do transporte de carga marítima internacional, em média 675 contêineres por ano acabam no fundo do oceano. Considerando que, em 2010, esse setor deslocou 100 milhões dessas unidades, o índice de perda parece pequeno. 

Mas o fato é que, a cada ano, em centenas de pontos pelo mundo, o chão dos oceanos é “presenteado” com imensas caixas metálicas, às vezes com conteúdo poluente, e o efeito disso ainda é pouco conhecido. 

“Os navios de contêineres normalmente não têm guindastes ou outros dispositivos que permitiriam recuperá-los do mar. Geralmente, eles descem até o fundo. Mas em casos em que as condições permitem, tentamos recuperar”, diz Anne Kappel, vice-presidente do WSC. 

Os pesquisadores americanos Andrew DeVogelaere e Jim Barry coordenam um trabalho para entender melhor qual é o efeito dos contêineres sobre o ambiente marinho. Os cientistas enviaram um submarino robotizado até um deles, perdido a 1.281 metros de profundidade no Oceano Pacífico, a oeste da costa da Califórnia. 

A pesquisa ainda não foi encerrada, mas eles já verificaram que o aparecimento do bloco metálico alterou a ecologia no local. Em volta do contêiner perdido, foram encontradas espécies diferentes das que normalmente habitam as imediações, já que ali há apenas um fundo arenoso. Os pesquisadores acreditam que, além dessa alteração, o contêiner ainda pode servir de “parada” para seres vivos que estão migrando para outros pontos, oferecendo um substrato sólido para se fixarem, o que, de outra forma, não aconteceria no chão de areia. 

O levantamento ainda é preliminar, mas já está claro que esse tipo de acidente tem seus efeitos sobre a vida no mar. 

Poucos dados – A falta de informação sobre os oceanos é um dos principais problemas para que se possa tomar medidas para proteger esses importantes ecossistemas, aponta o oceanógrafo José Muelbert, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que coordenou até o ano passado uma comissão para a implantação de um sistema de observação global de regiões costeiras. 

Os oceanos são um dos temas a serem debatidos na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que acontece este mês, no Rio de Janeiro. 

Para Muelbert, o rascunho do documento internacional que deve resultar da conferência contém avanços singificativos nessa área. “Os estados devem reconhecer que os oceanos são críticos para os sustentos vitais da terra. É algo que não tem tido muito reconhecimento”, observa. 

“Outro aspecto importante é o reconhecimento de que se precisa implementar um processo regular, ou seja, um painel internacional para verificar regularmente a saúde dos oceanos”, acrescenta. 

Acidificação – O professor chama atenção ainda para a intenção de se criar um sistema de obervação da acidificação da água marinha. “Acho que é um ponto que é um pouco tímido. A acidificação é apenas um dos assuntos que mostram a agressão aos oceanos. Tinha que haver um sistema mais amplo, que incluísse, por exemplo, as chamadas ‘zonas mortas’, onde há falta de oxigênio na água”, defende. 

Também a pesca é questão importante para ser discutida na Rio+20, já que em vários pontos pelo mundo as populações de determinadas espécies de peixes estão se esgotando. “Os estados devem ser instados a restaurá-las a níveis sustentáveis”, comenta Muelbert. A ONU estima que mais de 3 bilhões de pessoas dependam da biodiversidade marinha para viver. 

“O importante é que exista uma conscientização da sociedade da importância dos oceanos. Eles são responsáveis pela vida e pelo clima que temos hoje. Se os alterarmos, nosso habitat terrestrre vai ser afetado e isso vai afetar as gerações futuras”, conclui Muelbert. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Dia da biodiversidade alerta sobre situação dos oceanos


Fonte: Portal Terra

Com mais da metade das pescas mundiais esgotadas e um terço dos ecossistemas marítimos mais importantes destruídos, o Dia Internacional da Diversidade Biológica, celebrada nesta terça-feira, se concentra na situação dos oceanos.

O brasileiro Braulio Ferreira de Souza Dias, secretário-executivo do Convênio sobre a Biodiversidade Biológica – organismo da ONU – e responsável pelo Dia Internacional da Diversidade Biológica, disse à Agência Efe que 2012 é um ano essencial para a vida marinha. 

“A biodiversidade está sob pressão em todos os ecossistemas de nosso planeta. Em geral, podemos dizer que o excesso da exploração comercial das pescas mundiais é grave”, afirmou o especialista. O brasileiro ainda falou que mais da metade das pescas mundiais está esgotada e um terço foi dizimado. “Há a estimativa de que entre 30% e 35% dos meio-ambientes marítimos críticos foram destruídos”, destacou Dias. 

O panorama exposto por Dias mostra que o lixo plástico segue matando a vida marinha, e a contaminação cria áreas de águas litorâneas quase sem oxigênio. “Houve também o aumento do uso de combustíveis fósseis que afeta o clima global, fazendo a superfície dos oceanos mais quente, o aumento do nível do mar e da acidez dos oceanos, com consequências que só agora estamos começando a entender” disse. 


Censo da Vida Marinha – Um elemento chave nesse trabalho de entendimento do futuro dos oceanos é o Censo da Vida Marinha (CVM) finalizado em 2010. O documento foi realizado por milhares de cientistas de todo o mundo em uma década e concluiu que os mares do planeta contêm entre 500 mil e 1 milhão de espécies (6 mil descobertas pelos pesquisadores do CVM), mais que qualquer outro ecossistema da Terra. 

Jessee Ausubel, diretor de programas da Fundação Alfred Sloan (EUA) e um dos dois criadores do CVM, disse que a saúde dos oceanos será crítica na próxima geração. “A gestão do meio ambiente marinho segue 100 anos atrás do terrestre. Se não reduzimos rapidamente a destruição dos oceanos, assim como os hábitos e costumes causadores, a situação será trágica em uma geração”, disse. 

No mesmo sentido, Dias ressaltou que o maior problema para a biodiversidade é o modelo de consumo atual. “Podemos dizer que a biodiversidade está em risco por um modelo de consumo e produção que não avalia a biodiversidade. Isto será ainda mais evidente com uma crescente população mundial e os efeitos da mudança climática”, afirmou. 

Patricia Miloslavich, professora titular do Departamento de Estudos Ambientais da Universidade Simón Bolívar de Caracas, uma das principais cientistas do CVM, disse à agência Efe que “os oceanos de países latino-americanos enfrentam as mesmas ameaças que o resto do mundo”. 

Patricia destacou alguns problemas como o excesso de pesca, a perda de habitat, a contaminação, o aumento da temperatura e a invasão de espécies não nativas. No entanto, a cientista venezuelana também disse que graças à CVM foi estabelecida a rede Sarce (Grupo de Pesquisa Sul-Americana em Ecossistemas Costeiros). De acordo com ela, a iniciativa é um avanço na integração científica regional que poderia trazer bons frutos em curto prazo. 

São em iniciativas como a Sarce que Dias e o Convênio sobre a Biodiversidade Biológica colocam suas esperanças. Dias considera que, embora ainda haja muito a ser feito, é importante destacar que muitos países estão dando um passo à frente e estabelecendo redes de áreas protegidas para assegurar a preservação das espécies marinhas. 

Ron O’Dor, chefe cientista da CVM, explica que quando as espécies são protegidas, se recuperam, mesmo que lentamente. “Mas temos que fazer mais esforços para lidar com a poluição marinha, a pesca insustentável, pressões sobre habitats como recifes de coral e aumento de CO2 na atmosfera”, destacou.