sexta-feira, 29 de abril de 2011

Após um ano, Golfo do México briga contra vazamento de óleo

Nicomex - NN – A Mídia do Petróleo
28/04/2011
NN - Rodrigo Leitão
Após mais de um ano do vazamento de petróleo que durou 86 dias e derramou no mar cerca de 750 milhões de litros de óleo e seis milhões de litros de dispersantes químicos, o Golfo do México ainda enfrenta os impactos ambientais da explosão da plataforma Deepwater Horizon, com a extinção de peixes, aves, tartarugas, além de centenas de golfinhos. Hoje, uma grande investigação ainda está sendo realizada pelo governo americano para diagnosticar os prejuízos.

Em entrevista ao NN – A Mídia do Petróleo, o Analista de Risco e Gestão Ambiental, Roberto Rocche, diz que o maior impacto no oceano é na cadeia alimentar. “O benzo pireno (altamente cancerígeno) está sendo pouco a pouco incorporado à cadeia alimentar e sabe quem é o consumidor final? Nós”. De acordo com Rocche, qualquer laboratório pode medir o conteúdo de benzo pireno e outros metais pesados nos peixes. Ele acredita que, se a exploração de petróleo foi liberada no Golfo, alguém deve ter feito um relatório e dito que não há nada. Mas o analista ressalta que a Biologia não é uma ciência exata e evolui, mascarando os contaminantes facilmente. “O impacto está apenas começando!” – completa Roberto.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

25 anos de Chernobyl: Um acidente com consequências catastróficas

 

 com Agência France-Presse
Visão aérea da central nuclear de Fukushima 1, no Japão (AFP)

Os acidentes nucleares registrados em Chernobyl e Fukushima são "de natureza diferente", enfatizou mais uma vez o governo japonês nesta terça-feira, por ocasião do 25º aniversário da catástrofe nuclear na Ucrânia.

"Está claro que os dois casos são de natureza diferente", declarou Yukio Edano, porta-voz do governo japonês.

"A quantidade radioativa que escapou (em Fukushima) é aproximadamente um décimo do que escapou em Chernobyl", insistiu.

Em várias ocasiões, a Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA) enfatizou que o acidente de Fukushima era muito diferente do de Chernobyl, principalmente no que diz respeito ao nível das emissões radioativas.

O mundo recorda nesta terça-feira os 25 anos da catástrofe de Chernobyl. O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, e o da Rússia, Dimitri Medvedev, devem se reunir simbolicamente no local da tragédia.
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O acidente nuclear de Fukushima é realmente menos grave do que o de Chernobyl?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sudoeste baiano terá um dos maiores complexos eólicos do Brasil

Fonte: Agecom
 Empresas multinacionais que desenvolvem projetos de energia eólica disputam o sudoeste do estado devido às condições naturais que a região apresenta - extremamente compatíveis à atividade - fator que, segundo os engenheiros, garantem grande potencial de geração dessa fonte de energia.

Cinco empresas do setor deram início ao processo de licenciamento ambiental no Instituto do Meio Ambiente (IMA), sendo que uma delas já obteve a licença de implantação e as outras estão em fase de estudo dos impactos ambientais.

Quando todos os parques estiverem funcionando, juntos poderão gerar mais de 1GW (um gigawatt) de energia para o sistema nacional, colocando a região numa posição de destaque desta atividade no Brasil, juntamente com outros parques que devem se instalar próximo ao lago do Sobradinho e na Chapada Diamantina.

“A Bahia está se tornando um pólo atrativo da atividade eólica e a região sudoeste se destaca pela força dos ventos e sua geografia, elementos que permitem grande capacidade de geração de energia”, afirma o diretor geral do IMA, Pedro Ricardo Moreira.

Diante do aumento do interesse das empresas, a expectativa de melhoria das condições sociais na região é muito grande por parte das comunidades localizadas nas áreas de influência dos parques eólicos. “Já tenho três sobrinhos empregados aqui, livres de ir para o corte de cana, em São Paulo, longe do pai e da mãe”, comemora Osmar Fernandes Costa, morador da localidade de Brejo do Capão, onde está sendo implantado o primeiro parque eólico da região.

Além da geração de empregos diretos na fase de implantação, os proprietários das terras arrendadas pelas empresas para a instalação dos aerogeradores, elevam consideravelmente suas rendas, divisas que acabam ficando na região e contribuem para a geração de empregos indiretos.

“O nosso desejo é o aumento da geração de renda porque o emprego traz uma melhoria da autoestima da população e acreditamos que essas novas oportunidades de trabalho podem melhorar a condição social e econômica dessas famílias, que estão fragilizadas pelo desemprego”, diz a assistente social que trabalha em um projeto da Prefeitura Municipal de Igaporã, um dos municípios onde os aerogeradores serão instalados, Vera Lúcia Conceição da Silva.

Oficinas - Para sanar todas as dúvidas com relação aos novos empreendimentos, o IMA vem realizando, juntamente com as inspeções em campo, as oficinas preparatórias para audiências públicas, um evento aberto para o debate com as comunidades provenientes das áreas de influência, no qual o órgão orienta sobre a legislação ambiental e o empreendedor apresenta o projeto.

“As oficinas públicas são de suma importância para garantir a participação efetiva das comunidades, que poderão ser afetadas por esses empreendimentos de energia eólica, contribuindo também para a qualificação da análise técnica no processo de licenciamento ambiental”, explica o técnico da Coordenação de Impactos Ambientais do IMA, Pablo Crescêncio, que compõe a equipe de licenciamento de empreendimentos eólicos na Bahia.

A partir das apresentações, a comunidade se manifesta, esclarece suas dúvidas e contribui diretamente com as condicionantes que constarão nos relatórios emitidos pelos técnicos do IMA, no processo de licenciamento ambiental. “A gente está vendo o que está acontecendo no Japão, né? O vento é a natureza e uma coisa que vem do vento, se não fizer bem, também mau nenhum fará”, opina José Maia, morador de Caetité, mostrando que, independente do acesso ao conhecimento, as comunidades têm muito a contribuir por meio da sabedoria popular.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

CPFL Energia e ERSA anunciam associação de ativos de geração de energia

Setorial News-Energia
Da redação


A CPFL Energia e a ERSA Energias Renováveis anunciaram a criação da CPFL Energias Renováveis S.A. (a “CPFL Renováveis”), a partir da associação dos ativos das duas empresas em PCHs, parques eólicos e usinas termelétricas a biomassa.
A nova companhia já nasce como uma das maiores da América Latina no segmento de geração de energia a partir de fontes renováveis (PCHs, parques eólicos e usinas termelétricas a biomassa), com 648 MW de potência instalada em operação (posição estimada em agosto de 2011, quando da conclusão da operação), 386 MW em construção e 3.341 MW de portfólio em preparação para construção ou desenvolvimento, totalizando 4.375 MW de potência. Esse portfólio permitirá à empresa superar a marca dos 2 mil MW de potência instalada nesse tipo de fonte em cinco anos.
Já em 2013, a capacidade instalada deverá atingir 1.174 MW, um crescimento superior a 80%, com a entrada em operação de projetos em fase de construção. A CPFL Energia será a acionista majoritária da nova empresa, com participação de 63,6%. Os atuais acionistas da ERSA terão 36,4% de participação. De acordo com o presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Jr., “a associação é resultado de decisão estratégica de criar um veículo exclusivo e diferenciado em geração de energia renovável.
A união das operações da ERSA e da CPFL Energia é o ponto de partida para que a nova empresa, que já nasce líder em seu segmento, implemente planos ambiciosos de crescimento na geração de energia por meio de fontes alternativas como energia eólica, biomassa e PCHs”, afirma o presidente do Conselho de Administração da ERSA, Otávio Castello Branco.
A implementação desta associação resultará na criação de uma companhia com 1.034 MW de potência em operação e construção, com presença marcante nas três principais tecnologias desenvolvidas atualmente no país – PCHs, usinas termelétricas a biomassa e parques eólicos – e com forte atuação nas etapas de desenvolvimento, preparação, construção e operação de usinas de geração de energia.
Por meio desta associação, CPFL Energia e ERSA reafirmam aos seus colaboradores, clientes, acionistas e fornecedores, bem como às autoridades e ao mercado em geral, seus compromissos de crescimento sustentável, preservação do meio ambiente, e geração de energia limpa e renovável para o Brasil.
MS

terça-feira, 19 de abril de 2011

BRIX - Bolsa para contratos de Energia no Brasil

 Fonte: Coletânea das principais mídias do Brasil.

Foi lançada na terça-feira (12), a empresa BRIX, que será uma plataforma eletrônica de negociação de energia elétrica no Brasil. A plataforma, que começa a operar em junho, pretende se tornar a primeira Bolsa de negócios de energia elétrica do Brasil. A perspectiva da iniciativa é triplicar o volume de negócios no setor nos próximos três a cinco anos, um salto dos R$ 25 bilhões estimados em 2010 para R$ 75 bilhões.

A iniciativa atenderá aos mais de 1.400 agentes que atuam no mercado livre e representam cerca de 25% da energia consumida no país. A plataforma proporciona uma série de inovações, dentre elas a criação de um índice para medir o valor de compra e venda de energia elétrica, o BRIX Spot, que vai medir a evolução de preços a partir das negociações efetivadas.

Segundo os sócios da BRIX, a Bolsa surge para agilizar a compra e venda de energia no país.


        Como deve funcionar

A iniciativa atenderá aos mais de 1.400 agentes que atuam no Ambiente de Contratação Livre (ACL), também chamado mercado livre, que representa cerca de 25% da energia consumida no País. Segundo os empresários, a perspectiva é de triplicar o volume de negócios nos próximos três a cinco anos, um salto dos R$ 25 bilhões estimados em 2010 para R$ 75 bilhões.
Entre as novidades, o mercado terá à disposição o índice BRIX Spot para medir a evolução de preços a partir das negociações efetivadas. O início das operações está previsto para junho deste ano.

Segundo Marcelo Mello, que assume a presidência da companhia, com o novo modelo de negociação da BRIX, o processo de contratos de comercialização de energia terão redução de prazos e custos. "A comunicação da plataforma eletrônica da BRIX é mais rápida, transparente, eficiente e direta. O atual processo, que é feito por telefone e demora uma semana a dez dias para ser concluído, agora poderá ser feito em segundos, com cliques. É uma redução enorme de tempo e custo”, indicou. Mello brincou ainda dizendo que: "O atual processo de comercialização de energia tem baixa eficiência energética". 

Mello foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do mercado de derivativos de metais no Brasil, com carreira no Grupo Pechiney e posteriormente no Standard Bank. "Nós somos uma plataforma eletrônica, com tecnologia de ponta, experiência internacional, já testada e aprovada internacionalmente", disse Mello, frisando que a Brix começa a operar em junho.

De acordo com o executivo, do mesmo modo que no mercado atual, os players que poderão participar são os agentes da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). "A relação é bilateral e do mesmo modo que a regulamentação exige, todas as operações contratadas serão registradas na CCEE", diz Mello.

São sócios da empresa: O empresário Eike Batista e os executivos Josué Gomes da Silva, CEO da Coteminas, Marcelo Parodi, CEO da Compass Energia, o economista Roberto Teixeira da Costa, primeiro presidente da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), e a empresa Intercontinental Exchange (ICE), única pessoa jurídica da sociedade e líder global de negociação eletrônica em diversos mercados.

Questionado sobre a possibilidade de atuação da BRIX também na América Latina, Marcelo Mello descartou o interesse de expansão num primeiro momento, mas frisou que a ICE (Intercontinental Exchange) tem expertise no exterior e poderia vir a atuar desta maneira sim. "Hoje o Brasil tem pequena relação de exportação de energia, alguma coisa com Paraguai, há expectativa de chegar ao Chile e Peru. Mas tenho impressão que o nosso foco é o mercado brasileiro. Nós já temos muito trabalho para fazer aqui", destacou.

Haverá a presença de outras fontes de Energia? E a comercialização do petróleo?

Apesar de Marcelo Mello ter salientado que a BRIX atuará exclusivamente voltada ao mercado elétrico e ter descartado que a empresa vá entrar em outro mercado que não o de energia, Eike Batista afirmou  que vai usar seu voto para fazer valer a comercialização do petróleo também. "Nós temos a plataforma, porque não? A OGX vai produzir mais de um milhão de barris logo", disse. Eike comparou a nova Bolsa ao Facebook da tecnologia do setor elétrico.
No momento em que foi chamado pelos demais sócios da Brix para falar sobre sua visão particular sobre o mercado de energia no País, o empresário destacou que acredita que as fontes solar e eólica serão apenas complementares, e que o gás natural terá oferta abundante. "Vamos ter gás saindo pelas orelhas. Podemos até inundar o consumo de casas com gás, mas o que vai consumir todo o volume produzido será por meio de termelétricas. Vamos chegar ao ponto de o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) ter que acionar térmicas full time", disse.

Ainda segundo Eike, outras formas de energia poderão também ser negociadas, como etanol e carvão. "Depois do acidente do Japão, a energia nuclear tende a entrar em decadência. Tentar dominar algo indomável é muito complicado e os centros de pesquisas do mundo vão rever isso", disse, fazendo uma "aposta" com os presentes sobre este futuro de "decadência" da energia nuclear.

Eike avaliou que os custos que deverão ser gerados com as exigências que virão a partir de Fukushima farão com que "a conta fique impagável". "Os alemães, que são um povo altamente técnico, saíram disso porque já perceberam", finalizou.
 
O empresário terá 23,75% da nova Bolsa de energia, ao lado dos sócios Josué Gomes da Silva, Marcelo Parodi e a IntercontinentalExchange (ICE). O economista Roberto Teixeira da Costa terá 5%.  
 
Negociação na Bolsa de Valores
 
Na ocasião, Marcelo Mello informou que a Brix poderá ter capital aberto na Bolsa de Valores. Segundo ele, foram investidos até o momento R$ 15 milhões, e há um plano de investimento de mais R$ 10 milhões. "Se houver mais chamadas de investimentos, serão efetuadas, e na medida em que os mercados forem se desenvolvendo, pode haver abertura de capital", disse.

A expectativa do CEO da ICE (Intercontinental Exchange), Jeffrey Sprecher, é de que pelo menos mil pessoas sejam contratadas para atuarem na plataforma brasileira. A ICE, fundada em 2000, atua em mercados de futuros e balcão nos segmentos de energia, commodities agrícolas, emissões de carbono, moedas e derivativos de crédito. Opera três Bolsas de futuros reguladas (EUA, Europa e Canadá), dois mercados de balcão (energia e derivativos de crédito) e cinco câmaras de compensação e liquidação (clearing houses). 

domingo, 17 de abril de 2011

Térmicas vão ganhar maior fatia na geração de energia

Os empreendimentos à base térmica, um dos mais poluentes, praticamente triplicarão sua participação

Getty Images
Minas Carvão
A alta da participação das termelétricas na matriz é puxada pelas fontes de combustíveis fósseis
São Paulo - A necessidade de aumentar a capacidade de geração de energia elétrica para sustentar um crescimento robusto da economia está empurrando o Brasil em direção a uma matriz energética mais suja. Com a implementação dos projetos em construção e os licenciados nos últimos anos, a participação das térmicas deve passar dos atuais 25% para 31,4%, aponta um estudo recente feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Embora aí estejam incluídas usinas de biomassa, consideradas menos poluentes, a alta da participação das termelétricas na matriz é puxada pelas fontes de combustíveis fósseis, como óleo diesel e carvão mineral. Dentre os empreendimentos à base térmica, os movidos a carvão mineral, um dos mais poluentes, praticamente triplicarão sua participação.

Ainda que o País não repita nos próximos anos a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5% registrada em 2010, o avanço de fontes mais poluentes é inevitável, de acordo com especialistas no tema. “A quebra dessa proporção é muito difícil, porque o Brasil vai crescer muito. Mesmo que seja um crescimento de menos de 5%, ele exige uma expansão grande da quantidade de energia disponível e apenas as fontes alternativas renováveis não dão conta de suprir”, afirma Gesmar Rosa dos Santos, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.

Com o objetivo de garantir que não faltará energia em períodos de baixo nível de água nos reservatórios das hidrelétricas, as térmicas integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) ficam de prontidão e são acionadas em situações emergenciais. Para as grandes indústrias, que instalam térmicas para uso próprio, essa é também é uma segurança de que haverá energia para tocar seus negócios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O impacto de smart grids nas cidades

O mundo rico começa a descobrir as smart grids, redes elétricas inteligentes por meio das quais o consumidor pode gerar sua própria energia e vendê-la no mercado

Divulgação
Maquete da Siemens de cidade coberta pelas "smart grids"
Seremos todos geradores: no futuro, com externos, até prédios residenciais vão produzir energia
Imagine-se em 2020. Você chega em casa, depois do trabalho, e vai direto para a cozinha conferir, em um medidor digital, se o consumo de energia elétrica está dentro da meta diária que você mesmo traçou. A luz verde indica que sim. O aparelho também revela que, naquele momento, o preço do quilowatt-hora está no pico.
Você, então, manda sua filha desligar a prancha de cabelo e seu filho sair do videogame. A boa notícia é que você gerou tanta energia elétrica a partir do sol — graças ao painel fotovoltaico instalado no telhado — que neste mês sua conta de luz vai ficar ainda mais barata. É possível que, no próximo verão, você gere mais energia do que consome e, assim, venda o excedente. Você vai, então, dormir feliz — não sem antes programar o aparelho de ar-condicionado e a lavadora de roupas para ligar durante a madrugada, quando o preço da energia é menor.
Toda essa inovação começa a fazer parte do planejamento do sistema elétrico brasileiro — e se baseia em um conceito batizado de smart grids (redes inteligentes, em inglês). “Nos próximos dez anos, nossa rede elétrica vai sair da pré-história”, diz André Pepitone, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“Será uma revolução comparável ao surgimento do celular na telefonia.”
A tecnologia dará ao consumidor o poder de decidir como e quando consumir energia — e até gerá-la, a partir do vento, da luz solar ou de gás natural. As empresas que operam o sistema, por sua vez, serão capazes de identificar problemas em tempo real, sem ter de esperar o chamado do cliente.
Quando uma árvore cair sobre a fiação da rua, o fluxo de eletricidade interrompido será remanejado a distância pela distribuidora para outras linhas antes que técnicos cheguem ao local. “As smart grids permitirão que o fornecimento de energia seja mais eficiente, moderno, seguro e sustentável”, diz o consultor Eduardo Bernini, sócio da Tempo Giusto Consultoria e ex-presidente da AES Eletropaulo.
As novas redes demandarão investimentos de, pelo menos, 15 bilhões de reais — basicamente aplicados na substituição, em todo o país, dos decrépitos medidores analógicos pelos modelos digitais, na instalação de sensores na rede e na modernização dos centros de controle das concessionárias. “As redes inteligentes vão solucionar boa parte dos problemas de energia elétrica nas cidades”, diz Guilherme Mendonça, diretor de automação da Siemens do Brasil.

Até lá, as cidades brasileiras conviverão com redes que demonstram operar no limite, incapazes de sustentar o aumento do consumo de energia — estimado em 5% ao ano até 2020. Os problemas se tornaram recorrentes principalmente nas linhas de transmissão que trazem energia das hidrelétricas.
Em fevereiro, a pane numa subestação sobrecarregada da estatal CTEEP deixou sem luz 2,5 milhões de clientes na Grande São Paulo. Dias antes, uma falha da estatal Chesf já havia deixado 14 milhões de consumidores na Região Nordeste às escuras. A indústria local estimou perdas de 100 milhões de reais com o apagão.
No episódio mais ruidoso, a falha em uma linha de Furnas deixou 18 estados sem luz em 2009. A duração dos cortes de luz aumentou nos últimos dez anos. Em 2000, cada brasileiro passava, em média, 17 horas às escuras. Em 2010, foram 20 horas por ano. “Na geração, não faltará energia para o país crescer”, diz Nelson Hubner, presidente da Aneel. “Na distribuição, a qualidade não acompanhou, e estamos cobrando melhorias das empresas.”
Em todo o mundo, as smart grids são impulsionadas por razões diversas — inclusive a preocupação em produzir energia mais limpa. Na Alemanha, para reduzir a dependência do gás vindo da Rússia, o governo financia a compra de geradores eólicos. Nos Estados Unidos, as empresas querem cortar gastos com pessoal — já que, com a nova tecnologia, parte dos reparos pode ser feita a distância.
No Brasil, a concessionária fluminense Light aposta na nova rede para detectar em tempo real as tentativas de furto de energia — mal que drena 15% da energia fornecida. “Queremos também reduzir o consumo no horário de pico e aumentar a confiança do sistema”, diz Pepitone, da Aneel.
A agência estima que a rede inteligente permitiria ao país diminuir em até 10% o consumo de energia. Assim como lá fora, a expectativa é que o consumidor brasileiro sinta-se incentivado a produzir a própria energia. “Esse é um caminho para aliviar o sistema e reduzir a incidência de problemas”, diz Adriano Pires, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Além de investimentos, a instalação das redes inteligentes requer a revisão da lei atual. Será necessário permitir que o preço do quilowatt-hora para o consumidor residencial varie ao longo do dia, de acordo com a demanda e com a oferta de energia. “Ao optar pela energia mais barata, o cliente ajudará o país a consumir menos”, afirma Jerson Kelman, presidente da Light. Outra mudança em estudo permitirá que a energia produzida em casa, com geradores eólicos, solares ou gás natural, seja vendida pelo cidadão.
A Cemig e sua controlada Light iniciarão testes com medidores digitais neste semestre, com 3 000 clientes da cidade mineira de Sete Lagoas e de uma das 16 favelas pacificadas no Rio de Janeiro. O investimento no projeto é de 65 milhões de reais. As mudanças estão a caminho. Mas, até a idade da luz moderna, o país ainda enfrentará muitos anos nas trevas.

sábado, 16 de abril de 2011

Energia Eólica foi a mais Utilizada na Espanha em Março

Arquivo/EXAME
Parque de geração de energia eólica
Parque eólico: renováveis em geral forneceram 42,2% da eletricidade espanhola no mês
Madri - A energia eólica foi a fonte de eletricidade mais usada na Espanha durante o mês de março, pela primeira vez na história, anunciou nesta quinta-feira a REE, gestora da rede de distribuição elétrica no país.
"Os parques eólicos cobriram 21% da demanda e bateram um recorde mensal, com uma geração de 4.738 GWh, 5% a mais em comparação a março de 2010", afirmou a REE em um comunicado.
Entretanto, as energias renováveis forneceram 42,2% da eletricidade consumida pelos espanhóis em março - uma queda em relação ao mesmo mês de 2010.
"A geração eólica de março poderia cobrir todo o consumo elétrico mensal de um país do tamanho de Portugal", celebrou em um comunicado a Associação Empresarial Eólica (AEE).
"Este marco histórico alcançado pela eólica demonstra que esta energia, além de ser produzida localmente, limpa e cada vez mais competitiva, é uma realidade já capaz de abastecer treze milhões de lares espanhóis", destacou José Donoso, presidente da associação.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

E o aquecimento....e eu com isso?

 
Autor desconhecido.

CARTA DA TERRA


PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.

Terra, Nosso Lar
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

Desafios Para o Futuro
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.
Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.

Responsabilidade Universal
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA


1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, em longo prazo, a
prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.

Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.
c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.
c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.
e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.

8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA


9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não-contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria.
c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes
desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.

10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.
c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com
transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas
atividades.

11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.

IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ


13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.
a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões.
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição.
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.

14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.

15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.

16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.

O CAMINHO ADIANTE

Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca
iminente e conjunta por verdade e sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.