segunda-feira, 18 de junho de 2012

BEN 2012: participação de renováveis na matriz elétrica aumenta e eólicas se destacam

Fonte: Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia.
11/06/2012 

O consumo final de energia cresceu 2,6%, alcançando 228,7 milhões de tep. A diferença de 43,7 milhões entre a oferta interna e o consumo final está associada às perdas e aos processos de transformação da energia primária em secundária. Em 2010, a diferença entre a oferta interna e o consumo foi maior que em 2011, de 45,4 milhões de tep. Isso indica uma redução nas perdas entre um ano e outro.

A participação de fontes renováveis de produção de eletricidade aumentou 2,5% na matriz elétrica brasileira no ano de 2011, chegando a 88,8%, segundo dados preliminares do Balanço Energético Nacional - BEN 2012. De acordo com o documento, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética, um dos destaques da atual matriz é a energia eólica, cuja geração totalizou, cerca de, 2,7 mil GWh, em 2011. Na comparação com o ano anterior, a expansão da produção através dos ventos alcançou 24,2%.

O ano de 2011, ainda segundo a EPE, também apresentou condições hidrológicas favoráveis, o que assegurou aumento de 6,3% na produção hidrelétrica. No entanto, houve redução na produção de bioeletricidade através da cana-de-açúcar. De acordo com o BEN 2012, a oferta de energia através de fontes não renováveis caiu 14,8%, passando de 75.320 GWh em 2010 para 64.186 GWh em 2011. A maior queda, de 28,1%, se deu na produção de energia a partir do gás natural, seguido pelos derivados de petróleo (10,4%) e carvão e derivados (4,5%). A única energia não renovável que apresentou crescimento no período foi a nuclear (7,8%). Já a energia renovável produziu 507.116 GWh no ano passado, ante os 476.384 GWh de 2010.

Com o crescimento da participação renovável na matriz elétrica nacional, segundo a EPE, o Brasil amplia sua posição de liderança em geração de energia limpa se comparado ao conjunto das demais nações do mundo e aos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - majoritariamente desenvolvidos. No mundo, a participação de renováveis na matriz elétrica é de 19,5%, enquanto nos países da OCDE, de 18,3%.

Os resultados preliminares do BEN 2012 mostram, ainda, que permaneceu praticamente estável - queda de 0,9% - a participação das energias renováveis na matriz energética brasileira. A variação entre 2010 e 2011, segundo a EPE, reflete as restrições na oferta da biomassa da cana, muito em função da queda de 9,8% na safra. A presença de renováveis manteve-se no patamar de 44,1%, acima da média mundial de 13,3%, segundo dados da Agência Internacional de Energia.

No ano passado, ainda segundo o BEN 2012, também houve aumento da eficiência energética na economia. A oferta interna de energia cresce no ano passado 1,3% em relação a 2010, atingindo 272,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo. Foi uma evolução menor que a do Produto Interno Bruto, que, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, expandiu 2,7%. O menor crescimento de energia, de acordo com a EPE, significa que a economia brasileira gastou menos energia para produzir a mesma quantidade de bens e serviços. A demanda de energia per capita ficou em 1,41 tep por habitante em 2011, aumentando 0,5% em relação a 2010.

Brasil é o quinto em novo índice de sustentabilidade criado pela ONU

Um novo indicador lançado neste domingo (17) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) coloca o Brasil como a nação com o quinto maior crescimento sustentável anual per capita do mundo, à frente de potências como Estados Unidos e Canadá.


O indicador aplica informações referentes ao capital humano, natural e manufaturado de 20 países para mostrar um panorama mais amplo que o PIB (Produto Interno Bruto), que tem apenas um viés econômico.
Os primeiros lugares no novo ficaram, na ordem, com China, Alemanha, França e Chile.


Chamado de Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), o objetivo do indicador é incentivar a sustentabilidade dos governos e complementar o cálculo do PIB – ou mesmo substituir os atuais medidores da economia.


Desenvolvido por especialistas da Universidade das Nações Unidas, a ferramenta reúne informações referentes à educação e expectativa de vida, os recursos florestais, além da produção industrial. Na prática, um país com IRI alto representa que ele é mais sustentável.

Recurso natural em baixa – No relatório, que analisou o período entre 1990 e 2008, a China aparece como o país mais sustentável do mundo, com um índice de 2,1. A Alemanha vem em seguida, com 1,8.


O Brasil teve o IRI de 0,9 no período, o quinto no ranking da ONU, se igualando a Japão e Reino Unido. Nos 19 anos medidos, o PIB brasileiro cresceu 34%, o capital humano aumentou 48% e o capital manufaturado, 8%. Já o capital natural seguiu na contramão, caindo 25%. A justificativa do relatório é que a queda foi causada pelo avanço no desmatamento das florestas e ao aumento das atividades agropecuárias.


No período analisado, por exemplo, a Amazônia perdeu 331.290 km² de cobertura vegetal devido ao desmatamento ilegal – uma área equivalente a mais de sete vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro.


De acordo com Pablo Munhoz, diretor cientifico do relatório, a proposta é uma recomendação do programa ambiental da ONU aos países que participam da Rio+20 e está relacionada “ao bem-estar (…) e nos dá ideia em relação ao crescimento a longo prazo”, disse.


“É importante medir os ativos, mas também é importante ver sua modificação ao longo do tempo”, explica.
(Fonte: Eduardo Carvalho/ G1)