domingo, 26 de junho de 2011

Ranking de risco indica países mais expostos a catástrofes naturais

 Fonte: Folha.com
Pequenas, idílicas e desprotegidas: Vanatu e Tonga, ilhas localizadas no Pacífico, são também os dois países mais expostos ao risco de acidentes naturais trazido pelas mudanças do clima. O dado consta no novo Relatório de Risco Mundial, um índice criado pelo Instituto de Meio Ambiente e Segurança Humana da Universidade das Nações Unidas, apresentando em Bonn na quarta-feira (15).
O estudo analisou 173 países e considerou aspectos ambientais e humanos, como exposição a catástrofes naturais provocadas pelo clima e vulnerabilidade social. O índice também avaliou fatores econômicos, assim como aspectos governamentais, todos considerados decisivos para evitar que um evento natural, como terremoto ou enchente, se transforme numa catástrofe.
Segundo o ranking, as Filipinas são o terceiro país com risco mais elevado. Já a ilha de Malta e o Catar aparecem como locais menos expostos ao perigo. Numa escala de cinco níveis que vai de risco “muito elevado” (grau 5) a “muito baixo” (grau 1), a situação no Brasil é tida como de pouco perigo – grau 4. Já os demais países da América Latina foram classificados como nações que oferecem risco “muito elevado” ou “elevado”.
O ranking do Relatório de Risco Mundial foi feito com base numa combinação de diferentes itens avaliados. Primeiramente, considera-se o quão expostos estão os países a uma ameaça natural: terremotos, tornados, inundações, seca e elevação do nível do mar. No quesito vulnerabilidade, entram aspectos como infraestrutura oferecida pelo país, situação das moradias, alimentação, parcela de pobreza da população e ganho salarial.
A estrutura governamental, assim como o serviço médico, a organização social e o sistema de alerta contra catástrofes são itens considerados como capacidade de responder a um evento natural. Por último, a capacidade de adaptação leva em conta a dedicação à pesquisa, o nível de formação escolar dos países, proteção climática, estratégias e investimentos.
“Eventos naturais extremos não precisam se tornar, necessariamente, uma catástrofe. O risco não depende apenas da ameaça natural, mas os fatores sociais e econômicos são determinantes”, comenta Peter Mucke, diretor da associação Entwickung Hilft (Desenvolvimento Ajuda), organização que trabalhou na pesquisa.
Dois acontecimentos recentes ilustram bem a avaliação feita no relatório. O Japão, por exemplo, é um país bastante exposto a riscos de acidentes naturais numa comparação global – até mais que o Haiti. Abalado por um dos terremotos mais violentos da história, o país registrou 28 mil mortos, enquanto que, na ilha caribenha, o número de vítimas fatais chegou a 220 mil.
“Essa diferença na dimensão dos efeitos catastróficos de tais eventos naturais revelam os diferentes tipos de vulnerabilidade dos países, que é um importante item considerado no índice”, diz o relatório. No ranking, o risco no Haiti é considerado “muito elevado” e no Japão “alto”.
Posicionado como o 25º país mais expostos a riscos, o Chile sofreu com o abalo sísmico de fevereiro de 2010. Apesar da magnitude de 8,8 graus na escala Richter, o terremoto tirou a vida de 562 cidadãos. Segundo o Relatório, nesse caso, a administração federal teve um papel importante na reação rápida ao evento natural devido à eficiência do setor público e à política anticorrupção do governo, considerada boa.
Os autores do estudo afirmam que, desde os anos de 1960, as instituições governamentais chilenas se preocupam em melhorar o setor da construção civil. “As estruturas dos prédios mais estáveis, pelo menos nas novas construções, devem ter sido um motivo importante para que o número de mortos fosse pequeno”, conclui o texto. As tecnologias inovadoras contra catástrofes e a aplicação regular de treinamentos também são pontos ressaltados.

Reflorestar não resolverá problema do aquecimento, diz estudo

 Fonte: Portal Terra
Apesar de que as florestas são importantes sumidouros de carbono, os projetos de reflorestamento só terão um impacto limitado no aquecimento global, destacou um estudo publicado este domingo (19) na revista científica Nature Geoscience.
Vivek Arora, da Universidade de Victoria, no Canadá, e Alvaro Montenegro, da Universidade de St. Francis Xavier, também no Canadá, desenvolveram cinco modelos de reflorestamento durante 50 anos, de 2011 a 2060. Os cientistas examinaram seus efeitos no solo, na água e no ar se a temperatura da superfície terrestre aumentasse 3º C em 2100 com relação aos níveis pré-industriais de 1850.
O resultado demonstra que, mesmo se todas as terras cultivadas do mundo forem reflorestadas, isto só bastaria para reduzir o aquecimento global em 0,45º C no período 2081-2100. Isto se explica em particular porque precisa-se de décadas para que os bosques sejam suficientemente velhos para captar o CO2 que fica estancado durante séculos na atmosfera.
Um reflorestamento de 50% das terras cultivadas só limitaria a elevação da temperatura em 0,25º C. Evidentemente, nenhuma destas projeções é realista, uma vez que as terras cultivadas são essenciais para alimentar a população do planeta, onde em 2050 viverão 9 bilhões de pessoas.
Segundo os outros três modelos, reflorestar as regiões tropicais é três vezes mais eficaz para “evitar o aquecimento” do que fazê-lo em latitudes mais elevadas ou em regiões temperadas. Os bosques são mais escuros do que as terras cultivadas e, portanto, absorvem mais calor. Plantar florestas em um solo coberto de neve ou de cerais de cor clara diminui o denominado “efeito albedo”, que é a quantidade de luz solar refletida do solo para o espaço.
“O reflorestamento em si não é um problema, é positivo, mas nossas conclusões indicam que não é uma ferramenta para controlar a temperatura se gases de efeito estufa continuarem a ser emitidos como se faz atualmente”, disse Montenegro.
“O reflorestamento não pode substituir a redução de emissões de gases de efeito estufa”, concluiu o estudo. O desmatamento, sobretudo nas selvas tropicais, é causador de 10% a 20% das emissões de gases de efeito estufa do planeta.

sábado, 11 de junho de 2011

Rio ganhará primeiro parque eólico, com investimento de R$ 600 milhões

Fonte: 10/06 às 23h24 O Globo
RIO - Bons ventos estão soprando no Rio de Janeiro. No próximo mês, ou no mais tardar em agosto, será iniciada a construção do primeiro parque de geração de energia eólica de grande porte no estado, informa reportagem de Ramona Ordoñez. A SIIF Energias do Brasil, empresa do grupo CPFL de energia, vai construir o parque Quintanilha Machado no município de São Francisco do Itabapoana, no Norte do Estado do Rio.
O presidente da SIIF, Marcelo Picchi, informou ao GLOBO que a unidade terá 135 megawatts (MW) de capacidade, energia suficiente para suprir o consumo de uma cidade com 500 mil habitantes. Serão investidos R$ 600 milhões, e o empreendimento deve entrar em operação durante o evento mundial Rio+20, em 2012. Durante as obras, serão gerados cerca de mil empregos. Em funcionamento, serão 300 vagas.
- É o projeto mais importante da empresa, de uma energia limpa, e que vai beneficiar a região, que é bem pobre - destacou Picchi.
Redução de 100 mil toneladas anuais de CO2
A empresa, adquirida pela CPFL em abril, estima que o parque eólico proporcionará a redução de 100 mil toneladas anuais de emissões de CO2.
O executivo explicou que para iniciar as obras só falta a companhia receber a Licença de Instalação (LI) do órgão ambiental do governo do Estado do Rio, que é esperada para a próxima semana. Na mesma semana, a companhia aguarda também a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para assinar o contrato com a Eletrobras, holding do setor elétrico.
A autorização da Aneel é de prorrogação do prazo de entrada em operação da usina, que originalmente estava prevista para 2010. O executivo da SIIF explicou que o atraso na execução do projeto se deveu à mudança do local de construção. Originalmente, seria instalado em uma região próxima ao aeroporto de Cabo Frio. Devido a problemas de segurança levantados pela Infraero, foi necessário que se buscasse uma outra localização, o que exigiu novos estudos sobre a velocidade dos ventos.

China promove evento em busca de parceiros em energia eólica

Encontro vai reunir fabricantes e investidores para fechar negócios em todos campos relacionados à fonte
Da redação - jornal da energia

Crédito: GettyImages
O governo da Mongólia Interior, na China, e empresas locais de energia, em conjunto com entidades do setor elétrico, vão realizar, entre 1 e 3 de julho, um encontro de investidores em parques eólicos. Segundo os organizadores, o evento terá como principal objetivo fechar parcerias entre agentes chineses e companhias estrangeiras para a geração a partir do vento.
A convenção promete reunir interessados em transferência de tecnologia, compra e venda de equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, investidores, bancos de fomento e membros de governos. Os promotores afirmam que mais de 60 empresas confirmaram presença - entre elas a indiana Suzlon, a dinamarquesa Vestas e a chinesa Gold Wind.

Global Forum on Wind Farm 2011(GFWF2011)
China International Wind Partnership Dialogue
  1-3 July 2011, Hohhot, Inner Mongolia, China

terça-feira, 7 de junho de 2011

ONU reconhece que não conseguirá cumprir prazo para substituir Quioto

07/06/2011
Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Agências Internacionais


As negociações climáticas internacionais não tem mais como evitar que depois do término do Protocolo de Quioto, em dezembro de 2012, exista um período que o planeta ficará sem nenhum tipo de acordo para limitar as emissões. Isto porque para adotar novas metas com a mesma força legal os países devem passar essas decisões pelos seus parlamentos, o que levaria mais tempo do que o disponível.
“Mesmo se acontecer um consenso sobre um texto legal, seria preciso realizar alterações no Protocolo de Quioto, o que requere a ratificação de três quartos dos signatários e não há mais tempo para isso entre Durban e o fim de 2012”, declarou Christiana Figueres, presidente da UNFCCC.
Na realidade, é muito improvável que a Conferência do Clima (COP 17) em Durban, em novembro, termine em consenso.
Agora, os principais objetivos das negociações devem ser mobilizar ações e financiamentos voluntários para combater o aquecimento global.
“Os países perceberam  que enfrentarão um período sem regulamentação e estão estabelecendo maneiras para lidar com isso”, afirmou Figueres.
Segundo o negociador chefe da União Européia, 2014 ou 2015 são datas mais prováveis para um novo acordo. “É uma previsão mais realista, mas se os países chegarem a um consenso antes disso, a Europa está pronta para apoiar”, disse Artur Runge-Metzger.
Os mercados de carbono devem sofrer bastante com esse período sem um acordo global, já que metas obrigatórias deixarão de existir e assim a demanda por créditos tende a cair.
De acordo com o Banco Mundial, o comércio de créditos já está enfraquecido, tendo registrado em 2010 pela primeira vez na história uma retração, com seu valor total caindo 1,4% para US$ 142 bilhões.

Rodada climática começa envolta em péssimas notícias

06/06/2011   -  
Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Agências Internacionais/UNFCCC

Diplomatas reunidos em Bonn são obrigados a encarar a realidade do recorde de emissões de gases do efeito estufa em 2010 e que o prometido financiamento para a mitigação e adaptação ao aquecimento global não saiu do papel



Todas as rodadas de negociação climática são complicadas, afinal não é fácil fazer com que representantes de quase 200 países cheguem a se entender quando o interesse de cada nação está em jogo. Porém, o atual encontro que teve início nessa segunda-feira (6) em Bonn, na Alemanha, parece que está marcado para ser um dos mais difíceis já realizados pela ONU.
Isto porque a falta de ações mais concretas para lidar com as mudanças climáticas está começando a aparecer, com a divulgação de dados alarmantes sobre emissões, preço dos alimentos e falta de financiamento que não podem mais ser disfarçados ou ignorados.
Na semana passada, a Agência Internacional de Energia (AIE) publicou um relatório que demonstra que as emissões de gases do efeito estufa chegaram a 30,6Gt em 2010, um recorde histórico. Um dos significados desse número é que a queda nas emissões registrada em 2009 não foi fruto de ações climáticas, mas da simples retração na produção industrial por causa da crise econômica.
“Depois de quase duas décadas de negociações com o objetivo de limitar as emissões, nós ainda assim temos que encarar que elas estão subindo e alcançando níveis recordes”, disseram decepcionados Antônio Lima, embaixador de Cabo Verde e Pa Ousman Jarju, líder do bloco dos países menos desenvolvidos. 
A ONG britânica Oxfam também apresentou um estudo importante, no qual afirma que os preços de alimentos básicos devem mais do que dobrar em 20 anos. Até 2030, o custo médio de colheitas consideradas chave para a alimentação da população global vai aumentar entre 120% e 180%. Pelo menos metade desse aumento seria relacionada às mudanças climáticas.
Para finalizar a lista de péssimas notícias, o World Resources Institute (WRI) avaliou as promessas e ações de financiamento climático dos 21 países mais desenvolvidos do mundo e mostrou que pouca coisa saiu do papel. Dos US$ 30 bilhões prometidos há 18 meses na Conferência do Clima de Copenhague, apenas US$ 12 bilhões já foram previstos de verdade nos orçamentos dos governos e desses somente cerca de 30% foram liberados.
“Estamos abatidos diante dos impactos negativos das mudanças climáticas. Os países mais vulneráveis estão sob grande pressão, tanto do clima quanto da pobreza. O dinheiro do financiamento deve começar a ser distribuído o quanto antes para ajudar pessoas na Ásia, África e América Latina”, afirmou ao jornal britânico The Guradian um negociador que não quis se identificar.
Entraves
Apesar de todos esses fatores indicarem que é hora de união e mobilização, pouco se espera da rodada de Bonn. Muitos países importantes estão enfrentando situações que não favorecem que este seja um momento de generosidade.
Diversas nações europeias, como Espanha, Portugal e Itália estão enfrentando crises econômicas, que já refletiram nas políticas de subsídios para energias renováveis e que provavelmente vão levar ao aumento de emissões.
Outros países, como Japão e Alemanha, estão revendo sua política energética em virtude do desastre na usina nuclear de Fukushima. A tendência é que a utilização de energia nuclear seja reduzida progressivamente, levando também, em um primeiro momento, ao aumento das emissões.
Já nos Estados Unidos o problema é a divisão sobre que importância dar ao aquecimento global. Tentativas de leis climáticas não conseguiram ser aprovadas e as inciativas de mercados de carbono ainda enfrentam muitos obstáculos. O mais promissor deles, o da Califórnia, pode ficar na geladeira mais um ano.
Para piorar ainda mais a perspectiva de avanços em Bonn, existe o grande racha com relação ao Protocolo de Quioto.
Durante o último encontro dos países integrantes do G8, Estados Unidos, Canadá, Rússia e Japão afirmaram que não assinarão a extensão do tratado.
Por sua vez, o bloco do BASIC, formado por Brasil, África do Sul, Índia e China, também se reuniu e decidiu defender uma posição unida pela extensão do Protocolo.
Assim, a rodada de Bonn tem tudo para ficar estagnada por causa do conflito entre países ricos e emergentes.
Cumprindo o que talvez seja o seu papel, a presidente da UNFCCC, Christiana Figueres, se disse otimista para o encontro. “Eu vejo duas tendências encorajadoras. Países, incluindo as maiores economias, estão promovendo políticas de baixo carbono, mesmo que não as estejam rotulando de ‘climáticas’. A outra linha vem da iniciativa privada, que cada vez mais está interessada em participar da nova economia verde e da geração limpa de energia.”
A rodada de Bonn vai até o dia 17 de junho e é a última antes da grande Conferência do Clima de Durban (COP 17).
Imagem: Jan Golinski / UNFCCC.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Plano Decenal de Energia: soluções sustentáveis em alta

Da Agência Brasil – O Brasil deve ter pelo menos mais 30 usinas hidrelétricas até 2020, que vão gerar cerca de 19 mil megawatts (MW) de energia. Dessas, seis já foram autorizadas e devem entrar em operação a partir de 2018. Vinte e quatro ainda dependem de autorização e têm previsão de começar a funcionar a partir de 2016. A previsão está no Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 (PDE), divulgado na sexta-feira, 3 de junho, pelo Ministério de Minas e Energia.
O documento prevê o planejamento energético do país até 2020 e serve para orientar as decisões do governo no atendimento ao crescimento da demanda e à necessidade de infraestrutura para o setor. O texto será submetido à consulta pública até o dia 1º de julho.
Segundo o PDE, entre 2010 e 2020 a taxa média de crescimento do consumo de energia elétrica será de 4,6% ao ano. Para a expansão da geração de energia serão necessários, entre 2011 e 2020, investimentos de R$ 190 bilhões. Desse total, R$ 100 bilhões são referentes a investimentos em novas usinas – 55% em hidrelétricas e 45% no conjunto de outras fontes renováveis, como pequenas centrais hidrelétricas, usinas movidas a biomassa ou usinas eólicas. Para a transmissão de energia, os investimentos totais entre 2011 e 2020 devem ser de cerca de R$ 46,4 bilhões, sendo R$ 30 bilhões em linhas de transmissão e R$ 16,4 bilhões em subestações.
A demanda total de etanol projetada para 2020 é de 73,3 bilhões de litros. Para atender a essa demanda será necessária a expansão da capacidade industrial atual, tanto com o aumento da produção nas usinas já existentes quanto na construção de novas. De acordo com o PDE, a estimativa dos investimentos necessários é de cerca de R$ 90 bilhões até 2020. “É importante destacar que, para o atendimento da demanda no médio prazo, é necessária a retomada dos investimentos em toda a cadeia produtiva, que foram significativamente reduzidos nos últimos anos, além de problemas climáticos (estiagem) em 2010 e alta do preço do açúcar no mercado internacional”, aponta o estudo.
O plano prevê como desafio para o setor energético a viabilização desse conjunto de projetos de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. Também destaca a necessidade de atender aspectos socioambientais nos projetos de geração de energia. “Isto é, fazer com que a estratégia de expansão da oferta de energia se mostre, a cada ciclo de planejamento, mais sustentável, sendo capaz de atender os objetivos setoriais em consonância com os propósitos de preservação do meio ambiente”, diz o documento.

domingo, 5 de junho de 2011

HOMENAGEM AO DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

 
    Pode o homem construir, edificar, seguir adiante no progresso, a fim de facilitar a sua vida?

Pode. Mas, infelizmente, esqueceu-se da necessidade de conviver com os outros seres desse globo.

Destruindo a natureza, destrói também uma parte da fauna que repercutirá na flora, num ciclo sem fim. Felizmente, alguns poucos já iniciaram um processo de alerta, de reparação. É necessário ao homem, despertar, olhar para trás e aprender com os seus erros. Os pequenos gestos hoje, serão as grandes melhorias do amanhã. Coabitar significa respeitar os direitos alheios.

Através desse amor que passaremos a ter com o meio ambiente, nos tornaremos seres melhores, mais pacientes e conscientes.

Façamos, cada um de nós, a nossa pequena parte.

Paula Marinho 05/06/2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Código Florestal pode agravar mudanças climáticas, alertam cientistas do IPCC

 Quatro dos cientistas brasileiros que fazem parte do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU), alertaram para o possível agravamento sobre o clima com a entrada em vigência da atual versão do Código Florestal aprovada pela Câmara.

Segundo eles, o aumento da pressão sobre as áreas de florestas comprometerá os compromissos internacionais firmados em 2009 pelo Brasil na Conferência de Copenhague, de diminuir em até 38,9% a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia até 2020.

Os cientistas, que são ligados àCoordenação de Programas de Pós-Gradução de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), falaram sobre o assunto durante um seminário que abordou as conclusões de um relatório do IPCC sobre energias renováveis, realizado na quinta-feira, 26 de maio.

Para a cientista Suzana Kanh, as posições internacionais assumidas pelo país serão prejudicadas, se o Senado não mudar o texto do código aprovado pela Câmara ou se a presidenta da República, Dilma Rousseff, não apresentar vetos.

“O impacto do código é muito grande, na medida em que o Brasil tem a maior parte do compromisso de redução de emissão ligada à diminuição do desmatamento. Qualquer ação que fragilize esse combate vai dificultar bastante o cumprimento das metas brasileiras”, afirmou.

A cientista alertou que haverá mudanças climáticas imediatas no Brasil e na América do Sul com o aumento da derrubada de florestas para abrir espaço à agricultura e à pecuária, como vem ocorrendo no Cerrado e na Amazônia.

“Com o desmatamento, há o aumento da liberação de carbono para a atmosfera, afetando o microclima, influindo sobre o regime de chuvas e provocando a erosão do solo, prejudicando diretamente a população”.

O cientista Roberto Schaeffer, professor de planejamento energético da Coppe, disse que a entrada em vigor do Código Florestal, como aprovado pelos deputados, poderá prejudicar o investimento que o país faz em torno dos biocombustíveis, principalmente a cana, como fontes de energia limpa.

“Hoje os biocombustíveis são entendidos como uma das alternativas para lidar como mudanças climáticas. No momento em que o Brasil flexibiliza as regras e perdoa desmatadores, isso gera desconfiança sobre a maneira como o biocombustível é produzido no país e se ele pode reduzir as emissões [de GEE] como a gente sempre falou”, afirmou.

O geógrafo Marcos Freitas, que também faz parte do IPCC, considerou que o debate em torno do código deveria ser mais focado no melhor aproveitamento do solo, principalmente na revitalização das áreas degradadas. “O Brasil tem 700 mil quilômetros quadrados de terra que já foi desmatada na Amazônia, e pelo menos dois terços é degradada.

Se o código se concentrasse nessa terra já seria um ganho, pois evitaria que se desmatasse o restante. A área de floresta em pé é a que preocupa mais. Pois a tendência, na Amazônia, é a expansão da pecuária com baixa rentabilidade”, afirmou.

Para ele, haverá impactos no clima da região e do país, se houver aumento na devastação da floresta decorrente do novo código. “Isso é preocupante, porque a maior emissão [de GEE] histórica do Brasil, em nível global, tem sido o uso do solo da Amazônia, que responde por cerca de 80% de nossas emissões. Nas últimas conferências [climáticas], nós saímos bem na foto, apresentando cenários favoráveis à redução no desmatamento na região. Agora há uma preocupação de que a gente volte a níveis superiores a 10 mil quilômetros quadrados por ano”.

A possibilidade de um retrocesso ambiental, se mantida a decisão da Câmara sobre o código, também foi apontada pelo engenheiro Segen Estefen, especialista em impactos sobre os oceanos. “Foi decepcionante o comportamento do Congresso, uma anistia para quem desmatou. E isso é impunidade. Uma péssima sinalização dos deputados sobre a seriedade na preservação ambiental. Preponderou a visão daqueles que têm interesse no desmatamento. Isso sempre é muito ruim para a imagem do Brasil”, disse.

O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli, enviou uma carta à presidenta Dilma, sugerindo que ela vete parte do código, se não houver mudanças positivas no Senado. Secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Pinguelli alertou para a dificuldade do país cumprir as metas internacionais, se não houver um freio à devastação ambiental.

“O problema é o aumento do desmatamento em alguns estados, isso é um mau sinal. Com a aprovação do código, poderemos estar favorecendo essa situação. Seria possível negociar, beneficiando os pequenos agricultores. Mas o que passou é muito ruim”, afirmou Pinguelli, que mantém a esperança de que o Senado discuta com mais profundidade a matéria, podendo melhorar o que foi aprovado na Câmara.

30 de Maio, 2011

Manejo inadequado do solo pode aumentar liberação de carbono na Amazônia Legal, alerta IBGE

Fonte: Thais Leitão/ Agência Brasil
O valor médio de estoque de carbono – que representa o acúmulo de matéria orgânica – contido no solo da Amazônia Legal é 95,7 toneladas por hectare. A sua distribuição, no entanto, é bastante desigual e em algumas áreas esse valor chega a duplicar, como no norte do estado do Amazonas e no centro-sul de Roraima, além do litoral do Pará e do Maranhão, que também apresentam elevados estoques.
A constatação é do estudo Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, divulgado nesta quarta-feira (1º), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, que traz informações sobre a vegetação, o relevo, o solo e os recursos minerais da região, foi feito com base no Banco de Dados e Informações Ambientais do IBGE, atualizado em 2002.
De acordo com a geógrafa do instituto Rosângela Botelho, conhecer as áreas que concentram os maiores estoques de carbono é fundamental para garantir uma maior preservação. Segundo ela, atividades predatórias ou a simples utilização do solo sem o manejo adequado nesses locais pode provocar uma liberação maior, na atmosfera, do carbono armazenado, contribuindo de forma mais intensa para o processo de mudanças climáticas.
“A manutenção desses estoques propicia o equilíbrio do clima. Se houver desmatamento ou um uso predatório daquela região, todo esse carbono, que estava armazenado no solo, vai para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Até a simples atividade de remexer o solo com arado é capaz de quebrar as moléculas e gerar emissão de carbono”, explicou.
Segundo ela, o solo rico em carbono é também bastante fértil. A geógrafa do IBGE defende que nessas áreas o ideal é a prática de agricultura orgânica, sem a utilização de defensivos agrícolas e garantindo o menor nível de agressão ao ambiente.
Rosângela Botelho destacou, ainda, que as maiores concentrações de carbono no solo foram encontradas em áreas de manguezal ou de campinarana, que é um tipo de vegetação decorrente da falta de nutrientes minerais.
“Essa foi uma grande surpresa, porque geralmente se pensava que o solo embaixo da floresta densa e verde era mais rico em carbono e isso não é verdade”, acrescentou. Ela explicou que, embora esses solos apresentem textura arenosa, o que não favorece a retenção de matéria orgânica, a posição topográfica em áreas de depressão, com lençol freático próximo à superfície e alagadas durante todo o período chuvoso, contribui para o armazenamento do carbono.