terça-feira, 19 de abril de 2011

BRIX - Bolsa para contratos de Energia no Brasil

 Fonte: Coletânea das principais mídias do Brasil.

Foi lançada na terça-feira (12), a empresa BRIX, que será uma plataforma eletrônica de negociação de energia elétrica no Brasil. A plataforma, que começa a operar em junho, pretende se tornar a primeira Bolsa de negócios de energia elétrica do Brasil. A perspectiva da iniciativa é triplicar o volume de negócios no setor nos próximos três a cinco anos, um salto dos R$ 25 bilhões estimados em 2010 para R$ 75 bilhões.

A iniciativa atenderá aos mais de 1.400 agentes que atuam no mercado livre e representam cerca de 25% da energia consumida no país. A plataforma proporciona uma série de inovações, dentre elas a criação de um índice para medir o valor de compra e venda de energia elétrica, o BRIX Spot, que vai medir a evolução de preços a partir das negociações efetivadas.

Segundo os sócios da BRIX, a Bolsa surge para agilizar a compra e venda de energia no país.


        Como deve funcionar

A iniciativa atenderá aos mais de 1.400 agentes que atuam no Ambiente de Contratação Livre (ACL), também chamado mercado livre, que representa cerca de 25% da energia consumida no País. Segundo os empresários, a perspectiva é de triplicar o volume de negócios nos próximos três a cinco anos, um salto dos R$ 25 bilhões estimados em 2010 para R$ 75 bilhões.
Entre as novidades, o mercado terá à disposição o índice BRIX Spot para medir a evolução de preços a partir das negociações efetivadas. O início das operações está previsto para junho deste ano.

Segundo Marcelo Mello, que assume a presidência da companhia, com o novo modelo de negociação da BRIX, o processo de contratos de comercialização de energia terão redução de prazos e custos. "A comunicação da plataforma eletrônica da BRIX é mais rápida, transparente, eficiente e direta. O atual processo, que é feito por telefone e demora uma semana a dez dias para ser concluído, agora poderá ser feito em segundos, com cliques. É uma redução enorme de tempo e custo”, indicou. Mello brincou ainda dizendo que: "O atual processo de comercialização de energia tem baixa eficiência energética". 

Mello foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do mercado de derivativos de metais no Brasil, com carreira no Grupo Pechiney e posteriormente no Standard Bank. "Nós somos uma plataforma eletrônica, com tecnologia de ponta, experiência internacional, já testada e aprovada internacionalmente", disse Mello, frisando que a Brix começa a operar em junho.

De acordo com o executivo, do mesmo modo que no mercado atual, os players que poderão participar são os agentes da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). "A relação é bilateral e do mesmo modo que a regulamentação exige, todas as operações contratadas serão registradas na CCEE", diz Mello.

São sócios da empresa: O empresário Eike Batista e os executivos Josué Gomes da Silva, CEO da Coteminas, Marcelo Parodi, CEO da Compass Energia, o economista Roberto Teixeira da Costa, primeiro presidente da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), e a empresa Intercontinental Exchange (ICE), única pessoa jurídica da sociedade e líder global de negociação eletrônica em diversos mercados.

Questionado sobre a possibilidade de atuação da BRIX também na América Latina, Marcelo Mello descartou o interesse de expansão num primeiro momento, mas frisou que a ICE (Intercontinental Exchange) tem expertise no exterior e poderia vir a atuar desta maneira sim. "Hoje o Brasil tem pequena relação de exportação de energia, alguma coisa com Paraguai, há expectativa de chegar ao Chile e Peru. Mas tenho impressão que o nosso foco é o mercado brasileiro. Nós já temos muito trabalho para fazer aqui", destacou.

Haverá a presença de outras fontes de Energia? E a comercialização do petróleo?

Apesar de Marcelo Mello ter salientado que a BRIX atuará exclusivamente voltada ao mercado elétrico e ter descartado que a empresa vá entrar em outro mercado que não o de energia, Eike Batista afirmou  que vai usar seu voto para fazer valer a comercialização do petróleo também. "Nós temos a plataforma, porque não? A OGX vai produzir mais de um milhão de barris logo", disse. Eike comparou a nova Bolsa ao Facebook da tecnologia do setor elétrico.
No momento em que foi chamado pelos demais sócios da Brix para falar sobre sua visão particular sobre o mercado de energia no País, o empresário destacou que acredita que as fontes solar e eólica serão apenas complementares, e que o gás natural terá oferta abundante. "Vamos ter gás saindo pelas orelhas. Podemos até inundar o consumo de casas com gás, mas o que vai consumir todo o volume produzido será por meio de termelétricas. Vamos chegar ao ponto de o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) ter que acionar térmicas full time", disse.

Ainda segundo Eike, outras formas de energia poderão também ser negociadas, como etanol e carvão. "Depois do acidente do Japão, a energia nuclear tende a entrar em decadência. Tentar dominar algo indomável é muito complicado e os centros de pesquisas do mundo vão rever isso", disse, fazendo uma "aposta" com os presentes sobre este futuro de "decadência" da energia nuclear.

Eike avaliou que os custos que deverão ser gerados com as exigências que virão a partir de Fukushima farão com que "a conta fique impagável". "Os alemães, que são um povo altamente técnico, saíram disso porque já perceberam", finalizou.
 
O empresário terá 23,75% da nova Bolsa de energia, ao lado dos sócios Josué Gomes da Silva, Marcelo Parodi e a IntercontinentalExchange (ICE). O economista Roberto Teixeira da Costa terá 5%.  
 
Negociação na Bolsa de Valores
 
Na ocasião, Marcelo Mello informou que a Brix poderá ter capital aberto na Bolsa de Valores. Segundo ele, foram investidos até o momento R$ 15 milhões, e há um plano de investimento de mais R$ 10 milhões. "Se houver mais chamadas de investimentos, serão efetuadas, e na medida em que os mercados forem se desenvolvendo, pode haver abertura de capital", disse.

A expectativa do CEO da ICE (Intercontinental Exchange), Jeffrey Sprecher, é de que pelo menos mil pessoas sejam contratadas para atuarem na plataforma brasileira. A ICE, fundada em 2000, atua em mercados de futuros e balcão nos segmentos de energia, commodities agrícolas, emissões de carbono, moedas e derivativos de crédito. Opera três Bolsas de futuros reguladas (EUA, Europa e Canadá), dois mercados de balcão (energia e derivativos de crédito) e cinco câmaras de compensação e liquidação (clearing houses).