segunda-feira, 6 de junho de 2011

Plano Decenal de Energia: soluções sustentáveis em alta

Da Agência Brasil – O Brasil deve ter pelo menos mais 30 usinas hidrelétricas até 2020, que vão gerar cerca de 19 mil megawatts (MW) de energia. Dessas, seis já foram autorizadas e devem entrar em operação a partir de 2018. Vinte e quatro ainda dependem de autorização e têm previsão de começar a funcionar a partir de 2016. A previsão está no Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 (PDE), divulgado na sexta-feira, 3 de junho, pelo Ministério de Minas e Energia.
O documento prevê o planejamento energético do país até 2020 e serve para orientar as decisões do governo no atendimento ao crescimento da demanda e à necessidade de infraestrutura para o setor. O texto será submetido à consulta pública até o dia 1º de julho.
Segundo o PDE, entre 2010 e 2020 a taxa média de crescimento do consumo de energia elétrica será de 4,6% ao ano. Para a expansão da geração de energia serão necessários, entre 2011 e 2020, investimentos de R$ 190 bilhões. Desse total, R$ 100 bilhões são referentes a investimentos em novas usinas – 55% em hidrelétricas e 45% no conjunto de outras fontes renováveis, como pequenas centrais hidrelétricas, usinas movidas a biomassa ou usinas eólicas. Para a transmissão de energia, os investimentos totais entre 2011 e 2020 devem ser de cerca de R$ 46,4 bilhões, sendo R$ 30 bilhões em linhas de transmissão e R$ 16,4 bilhões em subestações.
A demanda total de etanol projetada para 2020 é de 73,3 bilhões de litros. Para atender a essa demanda será necessária a expansão da capacidade industrial atual, tanto com o aumento da produção nas usinas já existentes quanto na construção de novas. De acordo com o PDE, a estimativa dos investimentos necessários é de cerca de R$ 90 bilhões até 2020. “É importante destacar que, para o atendimento da demanda no médio prazo, é necessária a retomada dos investimentos em toda a cadeia produtiva, que foram significativamente reduzidos nos últimos anos, além de problemas climáticos (estiagem) em 2010 e alta do preço do açúcar no mercado internacional”, aponta o estudo.
O plano prevê como desafio para o setor energético a viabilização desse conjunto de projetos de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. Também destaca a necessidade de atender aspectos socioambientais nos projetos de geração de energia. “Isto é, fazer com que a estratégia de expansão da oferta de energia se mostre, a cada ciclo de planejamento, mais sustentável, sendo capaz de atender os objetivos setoriais em consonância com os propósitos de preservação do meio ambiente”, diz o documento.

domingo, 5 de junho de 2011

HOMENAGEM AO DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

 
    Pode o homem construir, edificar, seguir adiante no progresso, a fim de facilitar a sua vida?

Pode. Mas, infelizmente, esqueceu-se da necessidade de conviver com os outros seres desse globo.

Destruindo a natureza, destrói também uma parte da fauna que repercutirá na flora, num ciclo sem fim. Felizmente, alguns poucos já iniciaram um processo de alerta, de reparação. É necessário ao homem, despertar, olhar para trás e aprender com os seus erros. Os pequenos gestos hoje, serão as grandes melhorias do amanhã. Coabitar significa respeitar os direitos alheios.

Através desse amor que passaremos a ter com o meio ambiente, nos tornaremos seres melhores, mais pacientes e conscientes.

Façamos, cada um de nós, a nossa pequena parte.

Paula Marinho 05/06/2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Código Florestal pode agravar mudanças climáticas, alertam cientistas do IPCC

 Quatro dos cientistas brasileiros que fazem parte do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU), alertaram para o possível agravamento sobre o clima com a entrada em vigência da atual versão do Código Florestal aprovada pela Câmara.

Segundo eles, o aumento da pressão sobre as áreas de florestas comprometerá os compromissos internacionais firmados em 2009 pelo Brasil na Conferência de Copenhague, de diminuir em até 38,9% a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia até 2020.

Os cientistas, que são ligados àCoordenação de Programas de Pós-Gradução de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), falaram sobre o assunto durante um seminário que abordou as conclusões de um relatório do IPCC sobre energias renováveis, realizado na quinta-feira, 26 de maio.

Para a cientista Suzana Kanh, as posições internacionais assumidas pelo país serão prejudicadas, se o Senado não mudar o texto do código aprovado pela Câmara ou se a presidenta da República, Dilma Rousseff, não apresentar vetos.

“O impacto do código é muito grande, na medida em que o Brasil tem a maior parte do compromisso de redução de emissão ligada à diminuição do desmatamento. Qualquer ação que fragilize esse combate vai dificultar bastante o cumprimento das metas brasileiras”, afirmou.

A cientista alertou que haverá mudanças climáticas imediatas no Brasil e na América do Sul com o aumento da derrubada de florestas para abrir espaço à agricultura e à pecuária, como vem ocorrendo no Cerrado e na Amazônia.

“Com o desmatamento, há o aumento da liberação de carbono para a atmosfera, afetando o microclima, influindo sobre o regime de chuvas e provocando a erosão do solo, prejudicando diretamente a população”.

O cientista Roberto Schaeffer, professor de planejamento energético da Coppe, disse que a entrada em vigor do Código Florestal, como aprovado pelos deputados, poderá prejudicar o investimento que o país faz em torno dos biocombustíveis, principalmente a cana, como fontes de energia limpa.

“Hoje os biocombustíveis são entendidos como uma das alternativas para lidar como mudanças climáticas. No momento em que o Brasil flexibiliza as regras e perdoa desmatadores, isso gera desconfiança sobre a maneira como o biocombustível é produzido no país e se ele pode reduzir as emissões [de GEE] como a gente sempre falou”, afirmou.

O geógrafo Marcos Freitas, que também faz parte do IPCC, considerou que o debate em torno do código deveria ser mais focado no melhor aproveitamento do solo, principalmente na revitalização das áreas degradadas. “O Brasil tem 700 mil quilômetros quadrados de terra que já foi desmatada na Amazônia, e pelo menos dois terços é degradada.

Se o código se concentrasse nessa terra já seria um ganho, pois evitaria que se desmatasse o restante. A área de floresta em pé é a que preocupa mais. Pois a tendência, na Amazônia, é a expansão da pecuária com baixa rentabilidade”, afirmou.

Para ele, haverá impactos no clima da região e do país, se houver aumento na devastação da floresta decorrente do novo código. “Isso é preocupante, porque a maior emissão [de GEE] histórica do Brasil, em nível global, tem sido o uso do solo da Amazônia, que responde por cerca de 80% de nossas emissões. Nas últimas conferências [climáticas], nós saímos bem na foto, apresentando cenários favoráveis à redução no desmatamento na região. Agora há uma preocupação de que a gente volte a níveis superiores a 10 mil quilômetros quadrados por ano”.

A possibilidade de um retrocesso ambiental, se mantida a decisão da Câmara sobre o código, também foi apontada pelo engenheiro Segen Estefen, especialista em impactos sobre os oceanos. “Foi decepcionante o comportamento do Congresso, uma anistia para quem desmatou. E isso é impunidade. Uma péssima sinalização dos deputados sobre a seriedade na preservação ambiental. Preponderou a visão daqueles que têm interesse no desmatamento. Isso sempre é muito ruim para a imagem do Brasil”, disse.

O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli, enviou uma carta à presidenta Dilma, sugerindo que ela vete parte do código, se não houver mudanças positivas no Senado. Secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Pinguelli alertou para a dificuldade do país cumprir as metas internacionais, se não houver um freio à devastação ambiental.

“O problema é o aumento do desmatamento em alguns estados, isso é um mau sinal. Com a aprovação do código, poderemos estar favorecendo essa situação. Seria possível negociar, beneficiando os pequenos agricultores. Mas o que passou é muito ruim”, afirmou Pinguelli, que mantém a esperança de que o Senado discuta com mais profundidade a matéria, podendo melhorar o que foi aprovado na Câmara.

30 de Maio, 2011

Manejo inadequado do solo pode aumentar liberação de carbono na Amazônia Legal, alerta IBGE

Fonte: Thais Leitão/ Agência Brasil
O valor médio de estoque de carbono – que representa o acúmulo de matéria orgânica – contido no solo da Amazônia Legal é 95,7 toneladas por hectare. A sua distribuição, no entanto, é bastante desigual e em algumas áreas esse valor chega a duplicar, como no norte do estado do Amazonas e no centro-sul de Roraima, além do litoral do Pará e do Maranhão, que também apresentam elevados estoques.
A constatação é do estudo Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, divulgado nesta quarta-feira (1º), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, que traz informações sobre a vegetação, o relevo, o solo e os recursos minerais da região, foi feito com base no Banco de Dados e Informações Ambientais do IBGE, atualizado em 2002.
De acordo com a geógrafa do instituto Rosângela Botelho, conhecer as áreas que concentram os maiores estoques de carbono é fundamental para garantir uma maior preservação. Segundo ela, atividades predatórias ou a simples utilização do solo sem o manejo adequado nesses locais pode provocar uma liberação maior, na atmosfera, do carbono armazenado, contribuindo de forma mais intensa para o processo de mudanças climáticas.
“A manutenção desses estoques propicia o equilíbrio do clima. Se houver desmatamento ou um uso predatório daquela região, todo esse carbono, que estava armazenado no solo, vai para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Até a simples atividade de remexer o solo com arado é capaz de quebrar as moléculas e gerar emissão de carbono”, explicou.
Segundo ela, o solo rico em carbono é também bastante fértil. A geógrafa do IBGE defende que nessas áreas o ideal é a prática de agricultura orgânica, sem a utilização de defensivos agrícolas e garantindo o menor nível de agressão ao ambiente.
Rosângela Botelho destacou, ainda, que as maiores concentrações de carbono no solo foram encontradas em áreas de manguezal ou de campinarana, que é um tipo de vegetação decorrente da falta de nutrientes minerais.
“Essa foi uma grande surpresa, porque geralmente se pensava que o solo embaixo da floresta densa e verde era mais rico em carbono e isso não é verdade”, acrescentou. Ela explicou que, embora esses solos apresentem textura arenosa, o que não favorece a retenção de matéria orgânica, a posição topográfica em áreas de depressão, com lençol freático próximo à superfície e alagadas durante todo o período chuvoso, contribui para o armazenamento do carbono. 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Células a combustível a biodiesel chegam ao mercado

 (Fonte: Site Inovação Tecnológica)
Um grupo de engenheiros de universidades e empresas da Noruega começou a testar uma tecnologia mista para a alimentação de carros elétricos e geração independente de energia elétrica.
Enquanto as quase perfeitas células a combustível a hidrogênio não chegam, os pesquisadores estão unindo uma célula a combustível “mais tolerante” com o biodiesel.
Reformador inteligente – A união das duas tecnologias mostrou-se altamente viável depois que os cientistas compararam o rendimento de uma célula a combustível – sua capacidade de geração de eletricidade – alimentada tanto por hidrogênio puro quanto pelo hidrogênio gerado por uma nova unidade de reforma do biodiesel que eles construíram.
O protótipo, capaz de gerar 200 watts, mostrou apenas um ligeiro decréscimo na produção de energia quando foi utilizado o “reformador inteligente” de biodiesel.
Isto torna a unidade mais ambientalmente correta do que as células a combustível atuais que usam hidrogênio puro, uma vez que este gás é hoje gerado a partir do gás natural, um primo do petróleo, enquanto o biodiesel é considerado um combustível renovável.
Se necessário, a unidade também funciona com diesel comum.
Segundo os engenheiros, assim, como a célula a combustível, o reformador não emite fumaça e nem odor, o que o torna um parceiro ideal para a célula a combustível, que só emite água como subproduto da geração de eletricidade.
Segundo eles, usar o diesel para gerar eletricidade, e depois usar a eletricidade para mover motores elétricos que impulsionem os veículos, elimina toda a emissão de particulados do diesel, o que inclui, além da mal-cheirosa fumaça preta, os óxidos nitrosos (NOx) e o monóxido de carbono.
Gerador elétrico silencioso – O próximo passo é tentar colocar o “gerador elétrico silencioso” no mercado, o que está sendo tentado pelo programa Renergi, do governo da Noruega, por meio da empresa Nordic Power Systems.
A célula a combustível será fabricada pela empresa norte-americana SAFCell, em uma parceria com o Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Os primeiros modelos, que deverão ser produzidos no início de 2012, serão voltados a aplicações estacionárias, como geradores de eletricidade para centros de computação.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tepco reconhece fusão em dois reatores de Fukushima

 Fonte: Yahoo!
A operadora da central nuclear japonesa de Fukushima, Tepco, reconheceu nesta terça-feira que, como especialistas suspeitavam, o combustível também se fundiu em outros dois reatores, além do número um, e afirmou que entregará toda a informação disponível à AIEA.
“É muito possível que a fusão também tenha ocorrido nos reatores dois e três” disse um porta-voz da Tokyo Electric Power, que acaba de divulgar suas últimas análises das medições efetuadas em Fukushima Daiichi.
“A maior parte do combustível caiu, provavelmente, no fundo (da câmara de pressão), como no reator número um”, indicou o porta-voz, que descartou o risco de uma nova fusão descontrolada.
A Tepco já tinha insinuado que uma fusão havia ocorrido dentro dos reatores dois e três, mas é a primeira vez que faz uma referência mais incisiva ao problema.
Os reatores “estão sendo submetidos a operações de refrigeração e sua condição é estável”, acrescentou o porta-voz.
O tsunami gigante provocado no dia 11 de março por um forte terremoto de magnitude 9 danificou gravemente a central nuclear de Fukushima, desativando os circuitos de refrigeração de quatro dos seis reatores da usina, o que provocou o aquecimento das barras de combustível.
Durante várias semanas depois do desastre de 11 de março, a operadora e o governo japonês mencionaram apenas uma fusão parcial, afirmando que os reatores estavam relativamente estáveis e que os vazamentos radioativos perigosos tinham sido amplamente contidos.
De acordo com as últimas informações apresentadas pela Tepco e pela Agência de Segurança Nuclear do Japão, a câmara de pressão e a estrutura de confinamento do reator 1 “estariam danificadas e há vazamento”. O estado das câmaras dos reatores 2 e 3 é “desconhecido”, embora o estrutura de confinamento do 2 “provavelmente esteja danificada e também haja vazamentos”.
Apesar de os danos encontrados serem maiores do que o previsto, a Tepco assegurou na semana passada que o calendário de saída da crise foi mantido, reiterando que serão reduzidos os vazamentos radioativos antes de julho e que a temperatura dos reatores será estabilizada em 100 graus Celsius antes de janeiro.
O governo japonês aprovou nesta terça-feira a formação de uma comissão de especialistas independentes para investigar o acidente, o mais grave desde o registrado em Chernobyl (Ucrânia) em 1986.
Esta comissão deverá apresentar um relatório final em um ano.
Uma equipe de 20 especialistas estrangeiros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está no Japão para analisar a crise.
O ministro japonês de Economia, Comércio e Indústria, Banri Kaieda, assegurou na terça-feira que o seu paí entregará à AIEA todos os dados disponíveis sobre a catástrofe.
“Vamos colocar à sua disposição todas as informações que temos”, disse Kaieda à equipe de inspeção, que permanecerá no Japão até 2 de junho e apresentará os resultados de sua missão em uma reunião de ministros da AIEA, no próximo mês, em Viena.
O grupo é chefiado por Mike Weightman, chefe de inspeções das instalações na Grã-Bretanha, e integrado por representantes de 12 países, entre eles Estados Unidos, China, França, Rússia e Coreia do Sul.
“Nossa missão é buscar informações para que possamos tirar conclusões úteis para todos os países com a finalidade de melhorar a segurança nuclear”, disse Weightman depois da reunião com o ministro.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Capacidade instalada de energia eólica no Brasil atinge 1GW

Fonte: NN - Redação
 

A Associação Brasileira de Energia Eólica comemorou ontem a marca de 1 GW de potencia eólica instalada no país. Os geradores e os desenvolvedores de parques eólicos a partir desta etapa iniciarão a consolidação de uma fase de crescimento, que cada vez mais irá se acelerar. O total está distribuído entre os 50 empreendimentos em operação. Essa meta foi atingida com a entrada em operação do parque eólico Elebrás Cidreira 1, pertencente à associada EDP Energias do Brasil, localizado no município de Tramandaí (RS).
Lá estão 31 aerogeradores fabricados pela Wobben WindPower,  com capacidade total de 70 MW. Com isto, de acordo com dados da ANEEL – Agencia Nacional de Energia Elétrica -  atualizados ontem sobre a capacidade de geração de energia do país, as usinas eólicas já respondem por quase 1% da energia outorgada.  A expectativa da ABEEólica é que a geração eólica represente 5,2 GW na matriz brasileira até 2013. O valor considera os resultados dos leilões de 2009 e 2010. Com isso, a ABEEólica espera que, por ano, sejam licitados entre 2 mil MW e 2,5 mil MW eólicos.