sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ANP manda Chevron fechar poço por produzir gás tóxico em Frade

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) abriu um terceiro processo administrativo contra a Chevron após constatar que a plataforma de produção de Frade, na bacia de Campos, estava produzindo gás sulfídrico (H2S) sem o conhecimento da autarquia. O gás vem junto do petróleo no processo de produção, e é altamente tóxico.
A agência determinou o fechamento do poço onde ocorria a produção.
A constatação foi feita na terça-feira da semana passada. Apesar da unidade com o gás estar na mesma área, a plataforma que tinha a produção de gás não é a mesma na qual houve o vazamento de petróleo em novembro --o acidente ocorreu em uma unidade de perfuração.
De acordo com a diretora da autarquia Magda Chombriard, em uma auditoria anterior feita pela ANP, essa unidade não existia.
"Não tinha isso [a produção de gás] registrado na ANP. Isso é um veneno para o trabalhador", disse a executiva nesta quinta-feira, que no momento prossegue nas investigações sobre o acidente na bacia de Campos.
De acordo com ela, além da atuação foi feita também a comunicação sobre o caso ao Ministério do Trabalho.
A agência ainda não definiu se a Chevron será multada devido à produção de gás sulfídrico.
VAZAMENTO
Segundo a diretora da ANP, no momento a preocupação da agência é eliminar qualquer vazamento de petróleo que ainda persiste no local. Paralelamente são mantidas as investigações, que devem ser finalizadas em três meses.
Magda criticou a ausência de equipamentos para emergências no local. "Até agora não entendo como a Chevron não tinha equipamentos para atender a emergências", disse.
A diretora da ANP afirmou ainda que, após a ocorrência do acidente, a Chevron apresentou um plano de emergência, que teve de ser substituído devido à falta de equipamentos para dar prosseguimento à medida.
A agência aguarda a defesa da empresa antes de tomar uma conclusão sobre a multa que será aplicada pela falta de preparo para casos como esse.
"Se ela [a Chevron] provar que um ET levou o equipamento dela, tudo bem, mas acho difícil", ironizou.

Editoria de Arte/Folhapress

VÍDEOS
Magda ainda citou que a empresa não enviou os vídeos completos, e sim editados, sobre o acidente assim que foram solicitados. "Quando solicitamos pedidos 24 horas de imagens, mas vieram 10 segundos. Eles foram autuados sobre isso, mas ainda poderão recorrer", disse.
De acordo com ela, a Chevron ainda não explicou o motivo dessa edição. A empresa pode ser multada após as conclusões das investigações.
PRODUÇÃO
A produção de Frade, segundo Magda, era de 70,5 mil barris por dia em outubro, e não de 79 mil, como a Chevron divulgou.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Vazamento de óleo da Chevron foi falha humana, diz PF

Fonte: Folha, MARCO ANTÔNIO MARTINS - DO RIO

O vazamento na plataforma da Chevron, no Campo de Frade, em 8 de novembro, foi causado por "falha humana". A Polícia Federal tem essa certeza após uma semana de depoimentos.
"Não tenho dúvida de que houve falha humana. Acidente não foi. O que não dá ainda é a quem atribuir ou a quantas pessoas podem ser atribuídas. Isso ainda será descoberto ao longo das investigações", diz o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da PF, no Rio.
A certeza do delegado Scliar ocorre após ouvir seis funcionários da Chevron e um da TransOcean.
Também foram chamados a depor no inquérito, um funcionário do Ibama e uma diretora da ANP (Agência Nacional de Petróleo) que como testemunhas auxiliaram em detalhes técnicos.
A PF agora quer saber se no dia em que houve o vazamento havia condições metereológicas para a aplicação do plano de emergência.
Agentes federais já sabem que no dia 15, data em que a PF visitou a plataforma, não havia condições metereológicas para que o plano de contenção da mancha de óleo fosse colocado em prática.
Na ocasião, havia, por exemplo, ondas de seis metros na área da mancha.
A PF espera para os próximos dias os detalhes de como estava o tempo na região do Campo de Frade nas datas de 6, 7 e 8 de novembro. Datas anteriores ao vazamento e no dia do caso.


Editoria de Arte/Folhapress

Outro passo da investigação será responsabilizar as empresas Brasco e Contecom, contratadas pela Chevron para armazenar o óleo retirado do campo de Frade.
Policiais que visitaram o depósito em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, comprovaram que os resíduos estão contaminando a rede pluvial.
O delegado Fábio Scliar recebeu fotos do local que serão anexadas ao inquérito.
Ele não quis fazer comentários sobre as fotografias. Disse apenas que irá analisá-las.
Agentes federais da Superintendência do Rio dizem que há piscinas transbordando óleo e caindo diretamente em ralos que levam à rede.
Também há sacos com material sólido, oleoso, amontoados em um canto do depósito. Alguns com a data para processamento até 29 de setembro de 2011.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ibama pode multar novamente a Chevron

Fonte: Valor, Brasil - Daniela Martins

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) decidirá amanhã se vai aplicar uma nova multa para a petroleira Chevron, responsável pelo vazamento de petróleo no Campo de Frade, localizado na Bacia de Campos (RJ). O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, disse que a empresa pode ser multada em R$ 10 milhões caso seja comprovado que o plano de contingência não foi seguido. Trennepohl apontou que a Chevron também pode receber multa de R$ 50 milhões por dano ambiental. Ele particiou de audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado.
O assessor da diretoria da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Silvio Jablonski, afirmou, na audiência, que a agência não cogitou revogar a licença de exploração da petroleira Chevron após o derramamento de óleo. Ele ressaltou que essa medida configuraria quebra de contrato e que daria início a um processo de exclusão da empresa do cenário brasileiro.

ANP já interditou 11 plataformas desde 2010 e aplicou multas de R$ 51 milhões

Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio


Qua, 30 de Novembro de 2011 07:15
O acidente da Chevron no campo de Frade aconteceu em um momento de endurecimento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) com a fiscalização de plataformas que operam no mar brasileiro. Foram interditadas 11 plataformas de exploração e produção desde julho de 2010 por descumprimento das regras de segurança operacional. Também foram aplicadas multas por não conformidade, no valor de R$ 51,3 milhões.

As penalidades, de valores diversos, foram pagas sem questionamento pelas concessionárias Petrobras, Esso, Shell, OGX e a indiana ONGC ou suas prestadoras de serviços. Algumas plataformas foram interditadas - sendo nove da Petrobras. A OGX, por exemplo, repassou para a Brasdrill multa de R$ 3,3 milhões por causa de um acidente na plataforma Ocean Ambassador em 2010. A Shell foi multada, mas não sofreu interdição da FPSO Fluminense, que produz em Bijupirá e Salema. A Petrobras não comenta o assunto.

Magda Chambriard, diretora da ANP responsável pela área de fiscalização da operação no país, diz que a agência não precisa de mais recursos dos que os mais de R$ 20 milhões dos quais dispõe para fiscalizar a indústria. Mas diz que a agência precisa "e muito" dos 152 novos servidores que serão contratados por meio de concurso público previsto para 2012.

"Se me oferecerem helicópteros para fiscalizar, eu devolvo. Estamos satisfeitos em utilizar os da Marinha. A ANP não precisa de helicópteros", explica Magda.

A agência informou que dispõe de duas dotações orçamentárias para fiscalizar a atividade de exploração e produção no Brasil: são R$ 8 milhões para inspecionar instalações da indústria regulada e R$ 14,9 milhões para monitorar e fiscalizar atividades nos contratos de exploração e produção. O orçamento anual é de R$ 466,2 milhões, aí incluídos R$ 133 milhões destinados à folha de pagamentos. Até o momento, foram executados R$ 19,3 milhões nas duas rubricas. Mas Magda explica que a prioridade é reforçar o que chama de cultura de segurança junto às empresas.

"As empresas vão ter que avaliar se vale à pena atuar no Brasil. O importante para a ANP é que a operação no Brasil tem que ser absolutamente segura. E isso passa pelo treinamento da equipe e pelo entendimento dos riscos inerentes à atividade", disse a diretora da ANP.

As multas milionárias não são a única diferença da ANP com relação à operação no mar em outras partes do mundo. Um estudo da classificadora norueguesa DNV, que compara a legislação americana após o acidente de Macondo, no ano passado, com a Resolução 43 da ANP, de 2007, concluiu que alguns requerimentos da legislação brasileira são mais exigentes.

Eles sequer fazem parte dos requerimentos exigidos para autorizar unidades de perfuração em alto mar no Golfo do México. Segundo a DNV, a regulação americana pode ser tomada como base para se operar no Brasil, mas existem requisitos adicionais da agência reguladora.

Depois da Chevron, que teve a licença de perfuração suspensa, uma empresa que vem testando a paciência da ANP é a indiana ONGC. Multada em R$ 1 milhão por um série de trapalhadas durante o processo de licenciamento de uma plataforma para exploração do bloco SM-1413, na bacia de Santos, a ONGC agora deve R$ 300 mil à autoridade reguladora.

Por falta de informação, a ONGC começou a operar uma sonda de perfuração depois de ter submetido um projeto de exploração sem apresentar à ANP documentação relativa à segurança operacional. Além de precisar de manutenção, a sonda não tinha autorização para operar no Estado.

A plataforma da ONGC foi interditada durante dois meses, o que representa um custo altíssimo. E não parou aí. A ANP notou que as notificações enviadas para a indiana voltavam, porque aparentemente ficavam na portaria do condomínio onde a empresa tem sede. Nenhum executivo da ONGC fala português e quando a multa foi paga, a empresa usou o desconto previsto em lei, de 30%, para quem paga em dia.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Tribunal da Ucrânia quer proibir visitas em zona próxima a Chernobyl

Fonte: G1
Data: 28/11/2011 11:18
O Tribunal Administrativo de Kiev, na Ucrania, proibiu nesta semana visitas à chamada “zona de exclusão”, região localizada ao redor da central nuclear de Chernobyl, que há 25 anos foi palco do maior acidente nuclear da história.

A decisão considera ilegal o anúncio feito em fevereiro pelo Ministério de Emergência do país que autorizava excursões para a região de Chernobyl.

Segundo agências locais, a acusação recorreu em junho nos tribunais alegando que a decisão não tinha aprovação de outros departamentos do governo, que controlam as tropas e as autorizações de entrada e saída da área remota no norte da Ucrânia, quase na fronteira com Belarus.

Já o Ministério de Emergências alegou que o Ministério da Saúde e das Relações Exteriores já havia sido consultado sobre o caso antes da liberação de visitas controladas.
 
Visitas controladas

O governo ucraniano autorizou a entrada controlada de turistas à região de Chernobyl desde dezembro, sempre a visita for solicitada com dez dias de antecedência e com explicações sobre o motivo. Antes da concessão de permissão, os turistas devem assinar um contrato alegando que o governo não assumiria quaisquer responsabilidades por possíveis prejuízos à saúde do visitante.

Segundo Piotr Valianski, diretor do Departamento de Saúde do Ministério de Emergências da Ucrânia, as rotas turísticas escolhidas na zona de exclusão têm doses mínimas de radiação. “Esses caminhos são seguros”, disse.
 
Histórico

Em 26 de abril de 1986, durante teste de queda de potência o reator 4 da usina explodiu e se tornou fantasma devido ao alto índice de radiação proveniente da explosão ocorrida em 26 de abril de 1986.

Quando a potência foi aumentada, no entanto, ela subiu demais e o processo ficou fora de controle. Um incêndio com temperaturas de milhares de graus derreteu a cobertura da usina e material radioativo começou a se dispersar pela região. A nuvem alcançou lugares distantes na Rússia e na Europa Ocidental.

Estimativa da organização ambiental Greenpeace é que entre 60 mil e 90 mil pessoas morreram ou irão morrer por causa do desastre. Mas os números oficiais são bem menores, pois as mortes vêm acontecendo aos poucos, e em muitos casos não é possível associá-las diretamente com o acidente.

COP-17 começa com foco em Kyoto

Fonte: Estadão, Vida - Afra Balazina

Posições políticas dos países sobre a continuação do Protocolo de Kyoto, primeiro tratado para reduzir emissões de gases-estufa, e o que virá depois dele dominaram o primeiro dia da 17.ª Conferência do Clima da ONU, a COP-17, em Durban. Representantes de 192 países estão na cidade sul-africana em busca de consenso. O que está em jogo é decidir se haverá um segundo período de compromisso dentro de Kyoto (o primeiro termina em dezembro de 2012) e se os países em desenvolvimento e os Estados Unidos aceitarão iniciar o processo de um acordo com valor jurídico para o pós-2020.

Se não houver decisão sobre Kyoto, teremos um vazio nas obrigações de cortar as emissões dos gases que causam o aquecimento global. Enquanto países em desenvolvimento fazem questão da manutenção desse protocolo, Japão, Canadá e Rússia disseram que não têm intenção de continuar no tratado, já que os maiores emissores atuais, Estados Unidos e China, não têm metas obrigatórias.

PF: óleo que vazava no Campo do Frade agora pode estar contaminando Caxias

Fonte:O Globo, Economia - Henrique Batista, Ramona Ordoñez e Mariana Durão

O mesmo petróleo que vazava no começo do mês no Campo do Frade, operado pela Chevron na Bacia de Campos, pode estar agora contaminando a rede fluvial de Duque de Caxias. Segundo o delegado Fábio Scliar, responsável da Polícia Federal pela investigação do vazamento, a petroleira americana terceirizou o tratamento e o armazenamento do óleo recolhido no mar e houve um problema nesse procedimento. O episódio desencadeou, ontem, a primeira prisão no caso.
O problema ocorreu na Contecom, segundo Scliar, em Duque de Caxias - onde trabalhava o funcionário detido, a responsável técnica da empresa, de acordo com o deputado Dr. Aluízio (PV-RJ). Depois do vazamento, a Chevron recolheu parte do petróleo no mar e contratou a Brasco Logística Offshore para gerenciar esses resíduos a partir de sua base de operação na Ilha da Conceição, em Niterói. A Brasco, por sua vez, subcontratou - com a anuência da Chevron - a Contecom para transferir e acondicionar o óleo recolhido. Segundo a Brasco, "a Contecom é uma empresa autorizada pelo Inea como receptora de resíduo oleoso e aprovada pela Chevron". O Inea é a autoridade de meio ambiente no estado.